Juízes e servidores do Fórum Cível da Capital participam de evento sobre cuidados com a saúde mental / Fotos prints Ednaldo AraújoMagistrados e servidores do Fórum Cível da Capital puderam participar de uma roda virtual de conversa sobre cuidados com a saúde mental, na manhã desta sexta-feira (7). A inciativa integra as ações do Projeto Receptividade, desenvolvido pela Gerência de Qualidade de Vida do TJPB. O bate-papo foi conduzido pela psicóloga e especialista em saúde mental, Maria da Penha Pontes Borges.

Ao abrir o evento, realizado por meio da Plataforma Zoom, o diretor do Fórum Cível, juiz Herbert Lisboa, ressaltou a importância do compartilhamento das angústias de cada um, decorrentes ou agravadas pelo contexto atual da pandemia de coronavírus. “Já estamos na casa dos 400 mil mortos por Covid e não é fácil acompanhar este cenário, vendo, cotidianamente, familiares, amigos e colegas falecerem. Então, diante disso, é importante que mantenhamos cuidados com a nossa saúde mental”, afirmou.

Juiz Herbert Lisboa
O diretor também enalteceu a atenção que o Presidente do Tribunal, Desembargador Saulo Henriques de Sá e Benevides, vem dando ao tema. “O Presidente não tem medido esforços para desenvolver uma gestão humanizada, voltada para o servidor e para o juiz. Não adianta pensarmos em estruturas físicas e tecnológicas, se não olharmos, também, para o material humano, que, de fato, mantém acesa a esperança do Poder Judiciário”, disse.

Valéria Beltrão
A gerente de Qualidade de Vida, Valéria Beltrão, informou que a Gerência tem sido procurada e vem oferecendo suporte aos servidores e magistrados em várias áreas da saúde, com anamneses e encaminhamentos, principalmente, no tocante ao atendimento psicológico. “São muitos afazeres, recriação de rotinas de trabalho, questões de produtividade, lutos e outras variantes que tem nos perturbado. É um momento para conversarmos sobre isso”, declarou.

Psicóloga Maria da Penha Pontes Borges

No início da sua fala, a psicóloga falou sobre o contexto e suas consequências, marcado pelo aumento do registro de casos de ansiedade, crises de pânico e outras intercorrências relacionadas à saúde mental. “Estamos enfrentando 1 ano e 2 meses de pandemia e muito já foi tirado de nós. Da nossa rotina; do nosso convívio. Isso tem acarretado aumento de problemas mentais diversos, como ansiedade, pânico, abuso de álcool, depressão e outros”, apontou.

Maria da Penha reforçou, junto aos participantes, a necessidade de estabelecer cuidados para controle do equilíbrio, pois muitas dimensões foram afetadas. A física (pela ausência das atividades físicas); a afetiva e emocional (impactada pelo afastamento dos amigos, filhos, colegas de trabalho, etc); a social (ausência dos encontros sociais, lazer e outras); a espiritual (pelo fechamento dos espaços religiosos, para aqueles que mantinham alguma rotina neste sentido).

“O não tratamento dos sintomas de ansiedade pode levar a um grau de pensamentos cada vez mais catastróficos, podendo se chegar ao total descontrole das emoções, com perda de produtividade, autonomia, liberdade, independência. O tratamento psicológico é fundamental para organizar melhor os pensamentos”, alertou a psicóloga.

Ao ouvir as principais queixas e compartilhamentos dos participantes, Maria da Penha também falou em dicas para o dia a dia. “É preciso estabelecer limites profissionais quanto a horários de trabalho, para não haver sobrecargas. Lembrar de realizar exercícios de respiração. Realizar uma caminhada de 30 minutos para aumentar os níveis de serotonina. Manter rotinas de autocuidado antes de dormir, se afastando das telas, ouvindo uma música agradável e outras pequenas ações que ajudem a relaxar e tranquilizar a mente”, aconselhou.

Servidores e magistrados do Judiciário estadual paraibano que estão enfrentando dificuldades e sintomas relacionados ao abalo na saúde mental, podem buscar atendimento psicológico junto à Gevid, por meio do telefone (83) 99144-0048.

Por Gabriela Parente/Gecom-TJPB

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