O combate à pandemia do coronavírus (Covid-19) tem rendido diversas iniciativas importantes em toda a sociedade e, no sistema penitenciário estadual não poderia ser diferente. Uma destas ações é a confecção de máscaras de tecido, ferramenta essencial para ajudar na garantia da proteção individual e evitar a conter a disseminação da doença.

No Presídio Feminino de Patos, por exemplo, desde março, já foram produzidas pelo menos 12.500 máscaras para auxiliar no combate à pandemia. De acordo com a diretora do estabelecimento prisional, Cláudia Shimene, as apenadas que participam da produção das máscaras de tecido terão direito à remição da pena.

“No momento, quatro apenadas estão trabalhando na confecção das máscaras. Elas são feitas com o tecido TNT e seguem as indicações da Resolução nº 356 de 23/03/2020 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, explicou a diretora. Para produzir as máscaras, as reeducandas atuam de segunda-feira a sábado, em média oito horas por dia. A diretora esclareceu, também, que o caso da remição da pena só será analisado pelo magistrado quando a apenada está em fase de progressão.

Juiz Diego Garcia

De acordo com o juiz Diego Garcia Oliveira, titular do 1º Juizado Auxiliar Misto da 3ª Circunscrição, com exercício na 2.ª Vara Mista da Comarca de Patos, as máscaras de tecido produzidas pelas apenadas estão sendo usadas, principalmente, no próprio sistema penitenciário. “É muito positivo o projeto que permite fabricar EPI’s na Penitenciária Feminina de Patos. Traz um ganho duplo para as internas, pois garante a ressocialização pela remição da pena por meio do trabalho e aumenta a autoestima destas mulheres, que contribuem para sociedade neste momento tão difícil”, destacou o magistrado.

Em toda PB – De acordo com dados da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária, mais de 100 mil máscaras foram confeccionadas pelas reeducandas do sistema prisional neste período da pandemia. Somente na Penitenciária Feminina Júlia Maranhão, que fica em João Pessoa, dez reeducandas já confeccionaram quase 50 mil máscaras, em pouco mais de dois meses.

O projeto “Castelo de Bonecas”, realizado pelas reeducandas da unidade prisional, foi transformado em uma fábrica de máscaras, conforme explicou a juíza auxiliar da VEP da Capital, Andreia Arcoverde. Para a magistrada, o resultado será bastante positivo e contribuirá para a ressocialização das apenadas.

Por Celina Modesto / Gecom-TJPB

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