Projeto de identificação por biometria e emissão de documentos para privados de liberdade é lançado no TJPB
Lançamento da ação aconteceu no Pleno do TJPB
Nesta sexta-feira (29) foi, oficialmente, lançado o Projeto de Identificação Civil e Emissão de Documentos para Pessoas Privadas de Liberdade, no Estado. A solenidade aconteceu no Pleno do Tribunal de Justiça da Paraíba e foi coordenada pelo Presidente do TJPB, Desembargador Saulo Henriques de Sá e Benevides. O Projeto é uma iniciativa que compõe um dos eixos estruturantes do Programa Fazendo Justiça, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), voltado à promoção da cidadania e garantia de documentação civil, por meio da identificação biométrica.

Projeto de identificação por biometria e emissão de documentos para privados de liberdade é lançado no TJPB
O secretário geral do CNJ e o secretário da Administração Penitenciária da Paraíba assinaram pacto
Na oportunidade, foi assinado o Protocolo de Intenções de Adesão ao Termo de Cooperação Técnica entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), sobre a identificação civil biométrica e emissão de documentos para esse público. Assinaram o documento o secretário-geral do CNJ, Valter Shuenquener de Araújo e o secretário estadual de Administração Penitenciária, João Alves de Albuquerque, que no evento também representou o governador do Estado, João Azevedo.

Presidente Saulo Benevides coordenou a solenidade
Presidente Saulo Benevides coordenou a solenidade
Em seu discurso, o Presidente do TJPB agradeceu a presença de todas as autoridades e ressaltou: “O caminho da ressocialização é longo e difícil, mas a esperança está no homem”. Saulo Benevides destacou, ainda, o papel fundamental das ações nacionais sincronizadas pelo CNJ para todos os tribunais brasileiros. “Antes, cada Tribunal tinha uma forma de administrar e priorizar suas ações. Com o advento do Conselho Nacional de Justiça, hoje temos a uniformização de procedimentos e uma forma administrativa de agir, inclusive em parceria com diversas instituições, a exemplo desta que estamos concretizamos hoje”, comentou. O Presidente do TJPB acrescentou que o TJ/Paraíba e o Poder Executivo estadual estão irmanados “nessa política de cidadania e humanização”.

Projeto foi apresentado com vídeo produzido pelo NJ
Projeto foi apresentado com vídeo produzido pelo NJ
O ciclo de emissões dos documentos e identidade civil é uma parceria, que envolve 150 instituições, entre elas, CNJ, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Ministério da Justiça, tribunais estaduais, TSE, Associação dos Registradores de Pessoas Naturais e secretarias de Administração Penitenciária.

A ação nacional vai criar uma estrutura permanente de identidade civil. Conforme estabelece as normas técnicas do programa, caso a pessoa não tenha registro em qualquer banco da dados oficial, o sistema vai providenciar o fornecimento da carteira de identidade, Cadastro de Pessoa Física (CPF), carteira de trabalho e previdência social e certificado de alistamento militar, além de título de eleitor e a segunda via da certidão de nascimento a quem estiver no sistema prisional sem esses documentos, ou que nele esteja ingressando.

No caso de prisão em flagrante, logo depois da audiência de custódia, caso seja mantida a prisão do custodiado, ele é enviado para uma sala dotada com os kits de identificação civil, na qual é feita a coleta de dados. Neste momento é constatado se os dados pessoais já constam na Base Nacional de Identificação Civil do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), caso não esteja, será feito um novo cadastro. Já os que estão cumprindo pena, a identificação civil é feita na própria unidade prisional.

Projeto de identificação por biometria e emissão de documentos para privados de liberdade é lançado no TJPB
Secretário-geral do CNJ, Valter Shuenquener

O secretário-geral do CNJ, Valter Shuenquener, destacou que o Conselho Nacional de Justiça firma mais um grande trabalho com o Poder Judiciário estadual, quando pactua de forma efetiva e contínua tão importante ação destinada às pessoas privadas de liberdade e os egressos do sistema prisional estadual. “O foco central desta ação é de ampliar a cidadania e fortalecer nossa democracia. As pessoas que cometeram crimes também precisam ser ressocializadas, com inclusão social, por meio de emissão de documentos, viabilizada pela biometria”, comentou.

Shuenquener adiantou que, em um curto espaço de tempo o CNJ terá um panorama dos esfeitos dessa ação nos seis estados onde já funciona o Projeto de Identificação Civil e Emissão de Documentos para Pessoas Privadas de Liberdade, “inclusive com a facilitação da ressocialização e empregabilidade”.

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Diretor de Políticas Penitenciárias do Depen, Sandro Abel Sousa Barradas
O diretor de Políticas Penitenciárias do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), Sandro Abel Sousa Barradas, ressaltou que o objetivo da ação é chegar a atingir 100% da população brasileira prisional com a identificação civil. Ele lembrou que esse desafio foi lançado no início de 1919 e hoje já está implementado em seis estados. Destacou, também, que a identificação civil fará surgir uma série de direitos e influenciará na integração do preso em trabalho, educação e como cidadão que possa se reintegrar à sociedade com mais dignidade.

“Esse é um projeto ousado, inovador. Embora seja nossa obrigação (do Estado) ter esse controle, nós não tínhamos e essa parceria que o CNJ ampliou com Pnud e TSE faz com que se torne um padrão internacional para que a gente possa atingir esse objetivo primordial que é dar cidadania. Complementar em nível nacional, cada um em sua área, o sistema prisional com o básico, que é a identificação civil. Então é um projeto audacioso que começa a se materializar e só será possível por causa desse conjunto de instituições que se uniram em prol disso. Sendo coordenado pelo CNJ, onde envolve o  Tribunal de Justiça, Secretaria de Administração Prisional  e o Depen  fazendo a interlocução com todas as secretarias não tenho dúvida, que o sucesso é garantido”, avaliou Sandro Barradas.

Juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Fernando Mello
Juiz auxiliar da Presidência do CNJ, Fernando Mello
O juiz auxiliar da Presidência do CNJ, lotado no Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF), Fernando Mello, lembrou que o Tribunal de Justiça da Paraíba sempre teve uma excelente receptividade com as ações do CNJ. “Nossas equipes técnicas passaram a semana inteira trabalhando aqui e fomos muito bem recebidos. Já fizemos uma identificação Civil, no setor de audiências de custódia do Tribunal, como na Justiça Federal e no sistema prisional. Então, estamos entusiasmados com a evolução do Programa na Paraíba”, adiantou. Ele informou que entre os estados que já contam com a iniciativa estão Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

Desembargador Joás de Brito Pereira Filho
Desembargador Joás de Brito Pereira Filho

GMF-TJPB – Para o supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF) do Poder Judiciário da Paraíba, Desembargador Joás de Brito Pereira Filho, “muitas vezes as pessoas que estão entrando no sistema prisional, ingressam sem identificação e essa é uma forma de identificá-las, como também fornecer documentos para os que já estão no sistema carcerário. Certamente, essa ação vai trazer mais cidadania e oportunidade de emprego, estudo e convívio familiar”, avaliou o magistrado.

Corregedoria – O corregedor-geral do TJPB, Desembargador Frederico Coutinho, enfatizou que a Corregedoria Geral de Justiça sempre apoiou e vai continuara apoiando  projetos desse porte. “O Conselho Nacional de Justiça traz mais uma política de grande alcance social, na qual vários atores abraçaram essa causa, em prol da cidadania, com mais segurança nas informações, não só pessoais, mas processuais. A Mesa Diretora  do Tribunal anda junta e unida, sempre com base no diálogo. Isso fortalece a Instituição e cria fluidez no trabalho”, pontou

Sistema Prisional – Para o secretário estadual de Administração Penitenciária, é de extrema importância para o privado de liberdade e sua família. “Também é um avanço para o sistema prisional, já que vamos ter uma pessoa com a documentação correta e eficaz, que facilitará todo o trâmite, evitando o deslocamento desse reeducando para o Instituto de Polícia Científica, já que o procedimento é feito dentro da unidade prisional”, explicou.

OAB – Quem também participou da solenidade foi o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB), Harrison Targino. Ele destacou a articulação realizada institucionalmente. “Só unidas as instituições conseguem, efetivamente, os direitos sociais que a população tem direito. Nesse sentido, a pactuação permite a identidade civil daqueles aprisionados e, com isso, acesso a uma gama de políticas púbicas, dentre elas, a identificação. É um tempo de garantia de direitos”, avaliou.

Autoridades – Entre autoridades que prestigiaram o lançamento do Projeto de Identificação Civil e Emissão de Documentos para Pessoas Privadas de Liberdade, estavam os desembargadores do TJPB: Carlos Martins Beltrão Filho, Romero Marcelo da Fonseca Oliveira e a Desembargadora Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti Maranhão, que também é a Vice-presidente e corregedora geral do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB),  o procurador-geral de Justiça, Antônio Hortêncio Rocha Neto, o juiz auxiliar da Presidência do Tribunal e coordenador do GMF-TJPB, Rodrigo Marques; a juíza auxiliar da Vice-presidência do TJ/Paraíba, Micheline de Oliveira Dantas Jatobá; e o juiz titular da Vara de Execuções Penais (VEP) de João Pessoa, Carlos Neves da Franca Neto.

Por Fernando Patriota

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Identificação por biometria e emissão de documentos para privados de liberdade é lançado no TJPB
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