O Tribunal de Justiça da Paraíba vai lançar uma cartilha sobre segurança cibernética para informar magistrados e servidores sobre como proceder em casos de tentativas de golpes virtuais. “A incidência de golpes pela internet tem crescido muito, então, achamos por bem orientar magistrados e servidores sobre como proceder em determinadas situações. Através do Núcleo de Inteligência de Segurança Institucional vamos levar informações que revelam as novas modalidades criminosas e qual o protocolo para enfrentá-las”, afirmou o presidente do TJPB, desembargador João Benedito da Silva.
A ideia de elaborar uma cartilha de segurança cibernética surgiu a partir da participação da juíza auxiliar da presidência, Michelini Dantas Jatobá, e do coordenador do Núcleo de Inteligência e Segurança Institucional, tenente-coronel Álvaro Cavalcante Filho, no V Encontro Nacional de Inteligência do Poder Judiciário, ocorrido em Florianópolis, no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
“Desse encontro que participamos para tratar de segurança institucional e inteligência no Poder Judiciário surgiu a ideia de elaborar uma cartilha nossa com instruções aos magistrados e servidores com relação à segurança comportamental na internet. O coronel, pela sua expertise no assunto, ficou encarregado de coletar material e orientar sobre como proceder em relação a situações que são bem corriqueiras relacionadas à segurança virtual, especialmente nas redes sociais”, observou a juíza auxiliar da presidência, Michelini Jatobá.
A proposta é revelar a magistrados, servidores e ao público em geral os tipos de crimes na internet e como se proteger dessas transgressões virtuais, que afetam a vida de milhares de pessoas todos os dias. Cibercrimes, crimes digitais ou crimes cibernéticos são termos sinônimos que definem qualquer ato ilícito ou atividade criminosa utilizando-se de meio virtual, digital ou por uma rede de computadores.
De acordo com o coordenador do Núcleo de Inteligência, tenente-coronel Álvaro Cavalcante, a publicação vai explicar, detalhadamente e de forma didática, como se defender dos cibercrimes no WhatsApp, Instagram, Pix, Facebook e outras plataformas. “Quase todos os tipos de crimes aplicados na internet são evitáveis, se forem adotados protocolos de segurança relativamente simples. Assim, boa parte da vulnerabilidade decorre como consequência do comportamento do usuário”, comentou o coordenador.
Segundo o tenente-coronel, com o processo de globalização, houve um compartilhamento progressivo de informações pessoais nos meios digitais. “Desde uma foto e nome completo em uma rede social, até dados mais sensíveis, como informações bancárias em um cadastro de uma loja virtual. Assim, o conjunto desses dados e sua proteção são de responsabilidade da loja, do site ou do ente governamental em que esses dados são armazenados”, destacou.
Relatório da Tenable, empresa de gerenciamento de exposição cibernética, divulgado em março de 2023, 43% do total de dados expostos no mundo são do Brasil. Isso implica que o país é responsável por quase metade dos dados vazados em todo o planeta. No ano de 2021, houve o mega vazamento de dados de 223 milhões de brasileiros, entre as informações estavam foto do rosto, nome, data de nascimento e endereço. Após esse acontecimento, o número de crimes e golpes aplicados na internet aumentou expressivamente.
Por Fernando Patriota