Por videoconferência, durante abertura dos trabalhos de continuidade da 33ª e 35ª sessões ordinárias da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, o órgão fracionário aprovou, por unanimidade, Voto de Congratulações pelos 133 anos de Emancipação Política do Município de Guarabira. A homenagem, na manhã desta quarta-feira (26), foi proposta pelo desembargador Marcos Cavalcanti de Albuquerque.

Em sua fala, o autor da propositura lembrou que o primitivo nome da cidade foi Vila de Independência, no ano de 1694. “Presto esta homenagem ao povo de Guarabira e, também, ao desembargador Saulo Benevides, que é filho natural da cidade e eleito o próximo presidente do Tribunal de Justiça”, disse o desembargador Marcos Cavalcanti, acrescentando que, a Rainha do Brejo, como é conhecida carinhosamente, hoje é um polo político e econômico de grande importância dentro do Estado.

Membro da Terceira Câmara, o desembargador Saulo Benevides agradeceu as palavras do amigo Marcos Cavalcanti. Na ocasião, o magistrado destacou as boas gestões públicas do Município, que, aliadas à vontade de trabalhar do seu povo, cada vez mais, vêm transformando a Rainha do Brejo numa cidade muito desenvolvida.

“Guarabira é um polo de desenvolvimento que congrega mais de 40 municípios, bem como é uma cidade de cultura e luz”, ressaltou o desembargador Benevides. O magistrado vai assumir a Presidência do Poder Judiciário estadual no dia 1º fevereiro de 2021.

Em seguida, a presidente da Terceira Câmara Cível, desembargadora Maria das Graças Morais Guedes, parabenizou o historiador e desembargador Marcos Cavalcanti pela lembrança da data alusiva, além disso, cumprimentou o desembargador Saulo Benevides pela emancipação. Ela ressaltou, ainda, que a homenagem será encaminhada ao prefeito e a Câmara Municipal.

Também presente à sessão on-line, o juiz convocado José Ferreira Ramos Júnior e o procurador de Justiça, Rodrigo Nóbrega, se acostaram ao Voto de Congratulação. “Morei por um ano no município, ocasião que constatei a grandeza e a fibra do seu povo”, falou o procurador.

Fundação do Município- A fundação da cidade de Guarabira vem do ano de 1694, em terras do Engenho Morgado, pertencente a Duarte Gomes da Silveira. As primeiras residências edificadas dariam, mais tarde, origem a Vila de Independência (primeiro nome da cidade de Guarabira), que, em virtude de sua localização e da excelência de seu solo, tornou-se dona de grande prestígio e influência nas cercanias.

Em 1º de novembro de 1755, com um grande terremoto que atingia Portugal, tendo apenas na capital, Lisboa, matado mais de 40.000 pessoas, destruindo vilas e povoados, um senhor, por nome de José Rodrigues Gonçalves da Costa, tomado de pânico, fugiu de Póvoa de Varzim, na província de Porto, sua terra, em direção ao Brasil.

O senhor José Rodrigues chegava as terras do antigo Engenho Morgado com toda sua família, construindo no local uma capela, como era tradição da época, e colocando a imagem de Nossa Senhora da Luz que trouxera de Portugal, a quem tinha grande devoção, cumprindo sua promessa em chegar a terras que não houvesse terremoto para descansar sem temor.

Embora o padre João Milanez já tivera construído uma capela dedicada a “Nossa Senhora da Conceição”, em 1730, por estas terras, foi feita a substituição da imagem tendo em vista a grande comoção dos presentes pela história do “Beiriz”, como ficou conhecido no povoado. Assim, a partir do ano de 1760, começavam as primeiras orações e novenas à Virgem da Luz, a primeira casa de oração era de taipa, mandada construir por ele onde oficializava o seu filho sacerdote, Pe. Cosme Rodrigues.

Emancipação- Por força de lei provincial, em 29 de Novembro de 1832, foi constituído o “Distrito de Paz”, no antigo povoado derivado do Engenho Morgado. Tendo em vista o grande potencial econômico, a povoação foi crescendo e, em 1837, foi elevado à condição de Vila, com o nome de Independência, através da Lei Provincial n.º 17 de 7 de abril de 1837, instalando-se efetivamente no dia 11 de novembro do mesmo ano.

Vinte anos depois, no dia 10 de outubro de 1857, foi criada a Comarca de Guarabira. Devido a questões políticas, um ano depois a nova comarca foi extinta e restaurada em 1870. Novamente extinta em 1871 e definitivamente restabelecida a 25 de Julho desse mesmo ano.

Em 1874, tendo as terras um grande avanço comercial, foi atingida assim como muitas cidades do Nordeste Brasileiro, pela conhecida invasão dos “Quebra-quilos”, havendo grande depredações e revoltas, preocupando fortemente as autoridades provinciais da época, pois vilas inteiras do Nordeste aderiram à rebelião contra o decreto que impunha a implantação de um novo sistema métrico, com seus habitantes saqueando feiras e destruindo pesos e medidas do comércio.

Após as forças militares conseguirem pacificar a região, sem necessidade de confrontos mais sérios, algumas vilas foram erigidas para melhor administrar as cidades, e, por força da Lei Provincial nº 841, de 26 de novembro de 1887, foi elevada a “Vila de Independência”, à categoria de cidade, sendo denominada de “Guarabira”, com seu comércio e sua força, até hoje, é considerada uma das maiores do Estado.

Por Marcus Vinícius/Gecom-TJPB

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