O programa de aprendizagem profissional que será aplicado aos jovens que cumprem medida socioeducativa de internação no Lar do Garoto ‘Padre Otávio Santos’, em Lagoa Seca, começará a funcionar no dia 9 de março. A primeira aula será realizada no auditório do Senac, com acolhimento e integração dos socioeducandos. Mais detalhes acerca da implantação do projeto foram definidos nessa quarta-feira (19), durante reunião ocorrida na sede da empresa contratante, a AeC.
O encontro de trabalho contou, também, com o juiz auxiliar da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Campina Grande, Hugo Zaher, e o procurador do Trabalho em Campina Grande, Raulino Maracajá. A iniciativa ofertará a 20 jovens do Lar do Garoto o curso de aprendizagem profissional comercial em serviços administrativos do Senac, com carga de 30 horas semanais de aulas teóricas e práticas. O conteúdo será ministrado de segunda a sexta, durante seis horas por dia, sendo dois dias de aprendizagem e três de simulação. A capacitação será aplicada nos meses de março a dezembro.
A coordenadora da Seção de Assistência Psicossocial da Infância e Juventude de Campina Grande, Mickaelli King, explicou que, por se tratar de jovens em cumprimento de medida de internação, os beneficiados com o programa de aprendizagem terão as aulas e a prática simulada na própria instituição. “A Fundac e o Senac montaram na unidade de internação uma sala que reproduz um escritório. Nesse local, eles terão acesso ao conteúdo. Assim, a AeC contrata os aprendizes, mas eles simulam o trabalho. O projeto dá a oportunidade de a empresa ter mais envolvimento com a responsabilidade social e pode resultar, também, em contratações desses jovens posteriormente, quando estiverem no meio aberto”, esclareceu.
De acordo com o magistrado Hugo Zaher, a iniciativa integrará o TJPB na política do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) relacionada à recomendação para que tribunais brasileiros adotem programas de aprendizagem técnico-profissional a adolescentes, a partir dos 14 anos, priorizando jovens em situação de vulnerabilidade ou risco social. “É uma política voltada para o aspecto da ressocialização do adolescente em conflito com a lei, colocando em rota profissional, um dos meios mais importantes para garantir o objetivo precípuo da medida socioeducativa, que é a ressignificação dos conflitos e da própria vida”, destacou.
Para o procurador do Trabalho em Campina Grande, Raulino Maracajá, as discussões foram importantes para sanar as dúvidas práticas e administrativas referentes ao projeto. “A empresa contratante, também, apresentou diversos projetos e programas que poderão ser ampliados e abarcados pelos aprendizes. Estamos há alguns dias de realizar o sonho de implementação do programa de aprendizagem no sistema socioeducativo”, enfatizou.
Por Celina Modesto / Gecom-TJPB