Faleceu na noite desse domingo (26) aos 80 anos, vítima de insuficiência renal, o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça da Paraíba, Júlio Paulo Neto. O corpo está sendo velado na Central de velório Morada da Paz e o sepultamento ocorrerá nesta segunda-feira (27), às 16h, no Cemitério Senhor da Boa Sentença.
O presidente do TJPB, desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, disse que a magistratura paraibana perde um grande homem. “Julinho sempre foi uma referência de amizade, de compreensão. Uma pessoa que sempre pregava a harmonia no nosso Tribunal e um ser humano espetacular. Por isso, que estamos todos de luto. Oremos por ele, oremos pela sua nova estada e que a sua memória sirva de exemplo aos paraibanos”, afirmou.
Júlio Paulo Neto era casado com a defensora pública e poetisa Berenice Ribeiro Coutinho. Ele ingressou no Ministério Público estadual em 1968, onde fez carreira, ascendendo ao cargo de procurador-geral de Justiça, eleito por duas vezes pelos membros da instituição. Em março de 2002, foi escolhido para ocupar vaga proveniente do Quinto Constitucional do Tribunal de Justiça da Paraíba, sendo eleito, em 2005, para ocupar a vice-presidência e, posteriormente, a presidência da Corte de Justiça.
Durante dez anos, Júlio Paulo Neto atuou no Tribunal de Justiça, onde foi Corregedor, presidente do Tribunal Regional Eleitoral, foi presidente do Tribunal de Justiça e chegou a ocupar o Governo do Estado.
Nascido em Campina Grande, Júlio Paulo Neto, filho de José Paulo Neto e Maria Avani Paulo Neto, graduou-se em Direito em 1966 pela Universidade Federal da Paraíba. Em 1968 ele toma posse no MP e sua primeira Comarca foi Jacaraú, onde fundou o Colégio Osvaldo Trigueiro de Albuquerque Melo, tendo sido também chefe de gabinete do secretário de Segurança do Estado, nos anos de 1971 a 1975.
A trajetória dele no Ministério Público foi longa, tendo passado 33 anos como Promotor de Justiça, tendo chegado a procurador de Justiça em 1996. Dois anos depois de ser Procurador, vieram as eleições diretas para procurador-geral de Justiça do Estado, ele concorreu e ganhou.
Depois do primeiro mandato, ele foi reeleito pela categoria para mais dois anos no cargo de procurador-geral de Justiça do Estado no período de 1999/2001. No MP, Júlio fez grandes realizações: criou a Comissão de Combate à Improbidade Administrativa, além de racionalizar o processamento de inquéritos policiais com a implantação da Central de Acompanhamento de Inquéritos Policiais.
Depois das duas gestões no MP, Júlio Paulo Neto foi ser corregedor do órgão, época em que o governador José Maranhão aumentou o número de desembargadores da Corte, de 15 para 19, sendo três vagas para juízes e uma para o Ministério Público.
Por Lenilson Guedes e Kubitschek Pinheiro/Gecom-TJPB