Secretários, diretores, servidores e colaboradores da área de comunicação dos tribunais brasileiros estiveram reunidos em Brasília, nos dias 5 e 6 deste mês, para participar do III Encontro Nacional de Comunicação, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça. Os trabalhos foram abertos pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Conselho da Justiça Federal (CJF), ministro João Otávio de Noronha, que falou do reconhecimento do valor do repórter, de uma boa notícia e da importância da comunicação integrada no Judiciário. Encerrou sua participação, citando Gabriel Garcia Márquez: “A ética deverá acompanhar sempre o jornalismo, como o zumbido acompanha o besouro.”.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Dias Toffoli, presente no início dos trabalhos, disse que o principal objetivo do evento é encontrar mecanismos para que o Judiciário consiga se comunicar mais e melhor. “Temos que mostrar os nossos números, a nossa produção. Temos que ter orgulho do Judiciário brasileiro. Não há Judiciário que produz tanto”, ressaltou, fazendo referência aos 32 milhões de processos que transitaram em julgado em um ano. Lembrou, ainda, que a Justiça existe para fazer a pacificação social, para mediar os conflitos.
Dias Toffoli falou que a missão das assessorias é se comunicar de maneira única e uniformizada, na defesa da instituição e que para isto foi desenvolvida a Plataforma de Comunicação Integrada do Poder Judiciário, na busca de soluções para problemas comuns. “A ferramenta permitirá o compartilhamento de ideias e projetos, para que possamos trabalhar juntos”, informou.
Para o presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministro Marcus Vinícius, que também participou da abertura, os assessores de comunicação precisam encontrar as ferramentas adequadas para disseminar as notícias, utilizando estratégias de comunicação e ideias eficientes. “Reputo o encontro como um dos mais importantes promovidos em 2019”, enfatizou.
O jornalista Heraldo Pereira, âncora do Jornal das 10 da Globo News, abordou o tema “Informação e Transparência no Poder Judiciário”. “Os assessores têm que passar a compreensão do direito para a sociedade e essa missão não é fácil. Sem falar que têm que cuidar da imagem do Judiciário e isso se torna impossível, quando as redes sociais são utilizadas de forma errada pelos magistrados individualmente”, observou.
A programação do encontro contou, ainda, com a palestra magna “Comunicação integrada, comunicação sinérgica”, com a professora Margarida Kunsch e “Estratégias de Combate às Fake News”, com o juiz auxiliar da Presidência do TSE, Ricardo Fioreze, e Ana Cristina Rosa, assessora-chefe de comunicação do TSE; oficinas, paineis sobre a Nova TV Justiça e Boas práticas em comunicação e o lançamento da Plataforma de Comunicação Integrada do Poder Judiciário.
Para a gerente de comunicação do Tribunal de Justiça da Paraíba, jornalista Cristiane Rodrigues, o encontro foi muito proveitoso e oportunizou trocas de experiências entre as assessorias dos tribunais do país. “Participei da oficina Comunicação no Serviço Público: Estratégias em Comunicação, com Jorge Duarte e Márcia Turcato, e nela foi enfatizado que a Comunicação ajuda a instituição a cumprir sua missão e a funcionar melhor, e, por essa razão, deve ser estratégica e atender o interesse público. Devemos definir uma estratégia para mudar a realidade, dar uma resposta a um desafio importante ou solucionar um problema”, pontuou.
Ao final da oficina, foram propostas, pelos participantes, sugestões para a Política Nacional de Comunicação, entre elas estão: promoção de encontros integrados com os gestores e assessores, utilização de um manual de redação focado na impessoalidade das notícias, participação da comunicação em uma situação de crise, disponibilidade de recursos financeiros para o setor; inclusão das ações de comunicação no plano de metas do CNJ e sensibilização dos magistrados nas questões da comunicação.
Gecom-TJPB