O Tribunal do Júri de João Pessoa abriu as portas para estudantes do Curso de Direito da Faculdade Unopar. Na manhã desta sexta-feira (27), eles puderam vivenciar, pela primeira vez, na prática, todos os procedimentos de uma sessão de julgamento popular, com a realização de um júri simulado, no Plenário do Fórum Criminal. A sessão, que envolveu um caso real, já arquivado, foi presidida pelo titular do 1º Tribunal do Júri da Capital, juiz Antônio Gonçalves, que iniciou os trabalhos explicando os detalhes da atividade.
O magistrado justificou que aceitou o convite da instituição de ensino, tendo como objetivo estimular os estudantes, para que possam ter um contato mais de perto com uma sessão verdadeira do Tribunal do Júri. Para tanto, foi disponibilizado um processo judicial já julgado e arquivado, de forma que fossem extraídos todos os dados necessários à realização do júri simulado.
“Com esta iniciativa esperamos incentivar a comunidade acadêmica e todos aqueles que dela tiverem conhecimento, com a finalidade de, não só integrar esse ambiente de busca da justiça criminal dos crimes dolosos tentados ou consumados contra a vida, como também, até, quem sabe, serem escalados como jurados voluntários para atuarem nas sessões do Tribunal do Júri”, ressaltou o juiz Antônio Gonçalves.
Atuando, na acusação, o promotor de Justiça, Demétrius Albuquerque, orientou os alunos sobre a função do Ministério Público no sistema de uma sessão do júri. Segundo enfatizou, foram realizados alguns encontros com os estudantes que atuaram junto com o promotor, tendo eles acesso às provas do processo, que foram mostradas aos jurados.
“Excelente a iniciativa da faculdade, porque só dessa forma que os alunos aprendem. Na academia, estudam a doutrina, a parte teórica do direito. Mas, é no Tribunal do Júri, especificamente falando, que eles vivenciam a prática da tribuna”, enfatizou.
O coordenador do Curso de Direito, professor Rodrigo Lessa, revelou que os alunos vinham desde o início de agosto se reunindo com o Ministério Público e com a advogada criminalista Érika Burns, que também participou do júri simulado, exercendo a função da defesa, realizando vários estudos, técnicas, ensaios, se preparando para a sessão.
“O grande momento chegou, e os alunos ficaram frente a frente, para exercer a oratória jurídica, que é muito importante. Trabalharam sobre o caso real, foi um momento de grande aprendizado e que eles possam se desenvolver, enquanto estudantes de direito e futuros profissionais”, realçou.
Para a aluna do 9º período, Odília Guimarães, que participou na equipe da defesa, apesar de já ter assistido a um júri popular real, a experiência é totalmente diferente quando se está atuando numa sessão de julgamento, mesmo sendo simulada.
“Nós vamos estar explanando, utilizando de argumentação, é diferente de você estar ali sentado e somente a observar a dinâmica de um julgamento. Eu acredito que esse momento de interação, com o judiciário, dentro do plenário, serve de aprendizado e é ótimo para a nossa formação acadêmica e profissional”, exaltou.
Por Lila Santos