Cinco a sete minutos. O tempo pode parecer pequeno, mas é o suficiente para a prática da ginástica laboral, uma série de exercícios físicos que ajuda a prevenir doenças ocasionadas pela má postura e o excesso de horas gastas à frente de um computador. E é para essa prevenção que o Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) tem voltado seu olhar levando a servidores(as) e magistrados(as) os cuidados básicos e essenciais para que todos fiquem longe de problemas ocasionados pelo esforço repetitivo.
Coordenada pela Gerência de Qualidade de Vida (Gevid), uma equipe multiprofissional atua colocando ao alcance dos integrantes do Poder Judiciário os exercícios necessários para afastar males evitáveis na saúde. Somente no primeiro semestre deste ano, a equipe composta por um coordenador e seis estagiários já fez 216 visitas, o que resultou em 5.266 atendimentos.
A gerente da Gevid, Valéria Beltrão, lembra que o projeto começou em 2013, quando foi observado que os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho estavam bem elevados. “Eram patologias significativas que a gente tinha de tomar alguma atitude. Então, surgiu a ideia da necessidade de um projeto voltado para essa ação, para reduzir as lesões do esforço repetitivo, e surgiu o projeto de ginástica laboral”, contou.
Para o desenrolar do projeto, inicialmente são verificadas as unidades judiciárias onde há um maior número de servidores(as) e magistrados(as) atuando no Judiciário do Estado, como os fóruns. A partir daí, os educadores físicos organizam as visitas que acontecem com periodicidade. Um momento que também serve para integração dos colegas de trabalho que aproveitam para se descontrair.
“O relacionamento interpessoal melhora muito, porque a gente envolve a parte lúdica também de descontração, de relaxamento, de alongamento e é uma dinâmica muito boa que vem ocasionando um benefício maravilhoso para todos os servidores e magistrados”, ressaltou Valéria Beltrão.
Servidores aprovam projeto – No setor de Protocolo da Distribuição, ou seja, de atendimento ao público do Fórum Cível de João Pessoa, fica Antônio Gama. O local bastante movimentado, exige do servidor do Poder Judiciário estadual um tempo longo à frente do computador. Contudo, quando a equipe de educadores físicos chega para a prática da ginástica laboral, o dia fica bem melhor, como ele mesmo afirma.
“A ginástica laboral é uma coisa muito interessante e muito útil para todos nós servidores, para a nossa saúde. Fico muito agradecido por essas atitudes, por esses procedimentos, porque eu também trabalho com educação física, sou professor e isso é altamente imprescindível em setores de trabalho. Tirar aqueles dez minutinhos para se sentir melhor durante o dia vale a pena. A disposição é notória quando se volta para o trabalho, melhora o nosso aproveitamento diário no exercício da função”, destacou.
Wanderley Goes de Sousa também compreende a importância da atividade para a manutenção da saúde. “O alongamento estimula muito a questão da circulação, da respiração e faz com que o trabalho seja exercido de uma maneira mais suave, mais disposta na questão do exercício. Melhora muito a questão da disposição, a disposição física. A disposição mental também. A questão é que você fica mais relaxado, fica mais disposto durante todo o dia”, falou.
O que é a ginástica laboral – Carlos Nascimento é estagiário de Educação Física e faz parte da equipe da Gevid que coloca a ginástica laboral em prática nos dez setores do Poder Judiciário onde os exercícios físicos são aplicados, na Grande João Pessoa. É ele quem explica detalhadamente a importância do projeto.
“São atividades de alongamento, de relaxamento, onde a gente trabalha a postura, prevenção de doenças de repetição, que é o LER [Lesão por Esforço Repetitivo]. Nós vamos ter a questão da ergonomia na postura, a partir do momento que a gente vai alongando. Muitos ficam sentados por muito tempo e a partir do momento que a gente vai fazendo os exercícios vai alongando mais a musculatura e fazendo com que ele tenha uma postura melhor. Tem, também, a questão dos movimentos circulares da mão, para justamente diminuir a questão de dores dessa região do antebraço, que a gente acaba utilizando bastante”, pontuou.
O coordenador do projeto de ginástica laboral, Adinor Carvalho, aponta os resultados do trabalho. “Os servidores alegam que têm muita melhora no desempenho laboral, porque a gente trabalha nas questões específicas de dores musculares e articulares. Como eles passam a maior parte do tempo, mais de 6 a 7 horas por dia sentados, a gente faz uma soltura dessa musculatura e eles relatam para a gente que depois que a ginástica foi implementada e que eles se conscientizaram a fazer essa com mais frequência, houve uma melhora do rendimento laboral e da qualidade de vida”.
Por Nice Almeida