Saber da morte do amigo Walter Galvão me tirou o chão hoje pela manhã. ‘Mestre Galva’ – sempre disse – é uma grande referência em minha trajetória profissional. Tive a sorte de com ele trabalhar em diversas empresas e em diversos momentos de minha carreira.

Estivemos juntos no jornal O Norte, no jornal A União, no jornal Correio da Paraíba e estávamos juntos na Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc). Que sorte a minha! Que sorte!!! Integrar a mesma equipe de Galvão sempre representou aprendizado e exercício de bom humor.

Lembro de muitas passagens em cada um dos lugares onde trabalhamos juntos. Esse Galvão intelectual brilhante era um gozador cósmico, amante do anedotário e dos xistes velozes e irônicos. Esse Galvão crítico musical era um cantor extraordinário. Esse Galvão pragmático era um gestor de indiscutível seriedade.

Piadista como um dos redatores/editores do jornalzinho ‘O Pombo’. Intelectual capaz de falar com densidade sobre fusão nuclear e mercúrio cromo, sistemas tonais, gonzismos, boxe(!!!), vinho e política. Gestor de metodologia e funcionalidade peculiares.

Sem me alongar, prefiro reproduzir aqui um texto que escrevi no jornal Correio da Paraíba, dia 2 de outubro de 2016! Quase cinco anos atrás!!! Um texto publicado em minha coluna no caderno de Cultura (quando do aniversário de 60 anos de Walter Galvão). O texto abaixo diz muito de minha admiração e respeito sobre meu amigo:

 

“Na década de 1960, o alagoano Dida enchia de alegria a torcida do Flamengo. Mais que isso, o jogador – sem saber – tornava-se ídolo de um menino franzino que viria a ser um dos maiores atletas do futebol mundial: Zico. A admiração gerando o desejo de ser tão bom quanto.

 

Na década de 1980, eu lia os textos do jornalista Carlos Aranha e sonhava ser jornalista. Foi Aranha que me ‘apresentou’ Walter Galvão, de quem passei a ler os textos. Apaixonadamente. Lembro da emoção – na década seguinte – de encontrar o ídolo frente a frente.

 

Educado. Didático. Fleumático. Não à toa, sempre quis ser Walter Galvão. Lia seus textos em voz alta como se eu estivesse discursando. Verdade que não consegui alcançar o objetivo de ser Galvão (ele é o mestre!), mas não vou me punir por isso…

 

Walter Galvão, um dândi do jornalismo, ensinou-me a mim e a muitos. Professorou nas redações. Tornou-se parâmetro de capacitação profissional, qualificação intelectual e exercício ético.

 

Escreveu livros. Gravou canções. Foi um dos melhores crooners de sua época (e ainda canta muito bem). Um danado esse marido de Jória Guerreiro. Uma figura esse pai de Clarice. ‘Genial’ esse profissional tão admirado e respeitado.

 

Passou por todas as grandes redações de jornal impresso da Paraíba. Trabalhou em rádio e TV. Publicidade e propaganda. Política… Cultura! Assumiu cargos importantes em gestões públicas, da Educação à Transparência…

 

Bom sabê-lo em plena atividade, mais atuante que sempre! Amanhã, o mestre Walter Galvão comemora 60 anos de idade. Muita saúde, amor e sucesso, Mestre Galva! Estou certo de que esse é um desejo de todos os seus discípulos…

 

P.S.: ainda não sou sequer um galinho…”.

Escreva um comentário