Hermeto Pascoal tem uma genialidade que consegue conviver com a humildade. Exercício nada simples… Sempre um papo apaixonado e agradável. Devido ao Ano Cultural Sivuca, entrevistei o ‘bruxo’ alagoano (tendo Jader Finamore como intermediário). Hermeto elogiou o músico paraibano, falou sobre sua experiencia na Orquestra Tabajara e também contou histórias ‘etílicas e secretas’ com Sivuca…
Eu já havia entrevistado Hermeto em setembro de 2018, quando de sua vinda ao Conde para fazer um show na Praça do Mar, em Jacumã. A simplicidade do ‘campeão’ é encantadora mesmo. Tão genial quanto simples. Tão simples quanto incisivo. “Música ruim fede. Todo mundo faz careta. E garanto que o som mais forte é o silêncio”, disse ele a mim, em 2018.
Pois bem. Na entrevista mais recente, Hermeto disse que tem a Tabajara como uma de suas casas. “Fiquei na Tabajara por três anos, que valem por três milhões de anos. Não sai do meu coração”. Sobre Sivuca, carinhosamente, Hermeto disse o seguinte: “Sivuca é universal. Tocava tudo! Tinha personalidade”.
Em determinado momento da entrevista, Hermeto começa a falar de um importante festival em que se apresentou… “Aquele festival no exterior… Clara Nunes foi. Sivuca foi. Eu fui. Como é aquele festival lá na Europa…???”, pergunta com ar de ingenuidade e desapego a alguém que esta ao seu lado. E completa ele mesmo: “Montreux! Festival de Montreux!”. Ouça o audio:
Hermeto poderia ser esnobe e ter ar de superioridade, mas tem a simplicidade dos verdadeiros gênios. A entrevista completa vai ao ar hoje na Tabajara FM. Programa Espaço Cultural vai das 22h até meia-noite. Além da entrevista, vai rolar uma playlist para quem gosta de forró (playlist de Jader Finamore), incluindo algumas canções de Hermeto.
E as ‘histórias etílicas secretas’??? Hermeto revelou como ‘driblava Glorinha Gadelha [esposa de Sivuca] para que o musico paraibano tomasse umas doses… “Sivuca queria tomar uma cervejinha, mas Glorinha ficava de olho. Lembro que recebi um litro de conhaque e dei um toque pro Sivuca. Deixei um copo arrumado [escondido] e Sivuca tomava. Glorinha nunca viu… Nunca pegou a gente bebendo…”. Abaixo, Hermeto e Sivuca tocam ‘Asa Branca’ ‘O ovo’.