Terminaram ontem, dia 12, as gravações de um filme sobre o cenógrafo e ilustrador paraibano Tomás Santa Rosa. Com cenas no Centro Histórico da capital paraibana, Rua da Areia e também no teatro Ednaldo do Egypto, curta-metragem tem roteiro e direção de Thiago Brandão.
O realizador é pesquisador e historiador, sendo mestre em História pela UFPB. O curta é um desdobramento desse mestrado e tem como protagonista o ator Márcio de Paula (no papel de Tomás Santa Rosa). Filme também conta com diversos depoimentos de especialistas.
Santa Rosa nasceu em João Pessoa no dia 20 de setembro de 1909. Faleceu muito prematuramente em Nova Delhi (Índia) em 1956. Produziu dezenas de cenários, incluindo peças de Nelson Rodrigues, óperas de Camargo Guarnieri e bailados de Villa-Lobos.
Conhecido como criador da cenografia moderna brasileira, fez o cenário para a peça ‘Vestido de noiva’, de Nelson Rodrigues, em 1943. No teatro o paraibano também participou do Teatro Experimental do Negro (TEN), fundado em 1944.
Como ilustrador, também mostrou-se revolucionário e estampou suas artes em livros de autores como José Lins do Rego, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Américo de Almeida, Mário de Andrade, Rachel de Queiroz, Guimarães Rosa e Carlos Drummond de Andrade.
Participou do projeto que idealizou o suplemento literário do jornal A União, Correios das Artes – em circulação desde 1949. Apesar da vasta e importante contribuição para a cultura, Tomás Santa Rosa é mais conhecido em outras partes do Brasil do que na Paraíba (de onde saiu para morar no Rio de Janeiro somente na década de 1930).
Filme de Thiago Brandão é de fundamental importância no processo de reparação de uma injustiça contra um artista preto paraibano. Fala-se pouco a respeito de Santa Rosa. Discute-se quase nada sobre sua trajetória e importância. É um ‘quase apagamento’…
Gravações do filme terminaram ontem, mas muito ainda falta para a conclusão do curta. Não há data, por enquanto, para lançamento do curta-metragem. Fiquemos atentos… E reverenciemos o nosso quintal…!