A Paraíba é terra de grandes compositores (alguns ‘só’ compositores; outros que são compositores e cantores). Seria possível produzir uma lista imensa de nomes e seria injusto esquecer gente como Zé Ramalho, Geraldo Vandré, Jackson do Pandeiro, Luiz Ramalho, Antônio Barros, Canhoto da Paraíba, Cassiano, Zé do Norte, Pedro Osmar e Chico César.
Também impossível deixar de falar em Livardo Alves, Flávio José, Genival Lacerda, Herbert Vianna, Jonathas Falcão, Chico Limeira, Adeildo Vieira, Milton Dornellas, Guga Limeira, Tadeu Mathias, Escurinho, João Gonçalves, José Marcolino, Sivuca, Paulo Ró, Vital Farias e Pinto do Monteiro… Percebam como as listas – de maneira geral – trazem sempre muitos homens. É como se não existissem mulheres na arte de compor!
Pois, macharada, é bom que se faça justiça nesse Dia do Compositor e que ele seja também Dia da Compositora. Porque a Paraíba tem muitas e excelentes compositoras. E nem vou entrar na cena nacional, que tem nomes que passeiam entre Chiquinha Gonzaga e Karol Conka, passando ainda por Ivone Lara, Dolores Duran, Maysa, Joyce Moreno, Marina Lima, Angela RoRo, Sandra de Sá, Marisa Monte, Adriana Calcanhotto, Vanessa da Mata e Céu.
Preferível, para não se alongar muito, ficar em uma lista das brilhantes mulheres da Paraíba. Só para começar essa lista de compositoras, temos Elba Ramalho, Socorro Lira, Cecéu, Cátia de França, Glória Gadelha, Roberta Miranda, Eleonora Falcone e Renata Arruda, responsáveis por sucessos midiáticos nacionais e produções fonográficas indispensáveis em qualquer discoteca que se preze. Responsáveis por composições lindas!
Em postagens nas redes sociais, a compositora paraibana Socorro Lira soltou os cachorros e deu de garra – muito justamente – na bandeira contra a misoginia. É que uma publicação nacional fez uma lista dos maiores compositores brasileiros e não tinha uma mulher sequer! Explicitamente, um exercício de manutenção da invisibilidade.
“Porque mulher não existe nesse mundo aí. E não naturalizem a misoginia. Se eu não estivesse tão ocupada fazendo a música que o rapaz da matéria desconhece, eu responderia; o que exigiria um esforço para responder no tom chulo que ele escreve. Espero que alguém mais capaz do que eu o faça”, postou Socorro Lira.
Falta repertório a quem não inclui mulheres nessas listas, mas falta principalmente desenvolvimento para perceber-se machista e misógino. Precisamos ouvir mais a produção de nossas compositoras. Precisamos ouvir! Porque o mundo já é ‘macho demais’ para proteger e projetar os homens.
Pois bem… Além de todas as compositoras paraibanas (ou ‘paraibanadas’) já citadas nesse texto, é possível acrescentar muito mais nomes. Sandra Belê, Lucy, Agnes Nunes, Mira Maya, Val Donato (que realizou o projeto Iaras e fez o show ‘Barruada’ com Cátia de França), Nathalia Bellar, Regina Limeira, Priscila Santana (a maestrina), Gabriella Grisi, Gabriella Villar, Juliana Almeida, Gitana Pimentel, Jamila, Cida Alves, Tamires Amaral, Katarina Nepomuk e Débora Malacar.
Uma lista que só termina lá onde o vento faz a curva e que ainda tem Flavia Wenceslau, Madu Ayá, Erica Maria, Dany Danielle, Nina Ferreira, Maria Juliana, Yanca Medeiros, Aline Mebiah, Morgana Morais, Ruanna Gonçalves, Tathy Martins, Nara Santos, Gláucia Lima e Kalyne Lima. Muitos outros nomes nem entraram nessa lista aqui no texto (por esquecimento mesmo!). Compositoras brilhantes e que não serão silenciadas.
3 Comentários
Muito bom lembrar de nossas compositoras!
Excelente texto Jãmarri Nogueira. É preciso lutar contra essa invisibilidade no mundo das artes. Parabéns a todas as compositores Paraibanas e a Socorro Lira pela coragem de colocar esse debate sobre as compositores na pauta das mídias sociais.
Muito booooom!!!!