Lembro de como minha mãe falava de Gonzaguinha e de sua relação com o pai, Luiz Gonzaga, o “Rei do Baião”. Elevava Gonzaguinha por ter conquistado tanto em sua carreira “apesar do desdém” do pai durante muitos anos. Eu, menino, imaginava Gonzaguinha como guerreiro…
O artista que nos deixou há 30 anos, depois de um acidente automobilístico no Paraná, conquistou uma legião de fãs e o respeito da crítica sem ser a sombra do pai. Foi tema de desfile de escola de samba, montagem de peça teatral, especial de televisão e produção cinematográfica.
Gonzaguinha imortalizou diversas músicas. Conforme lista do Ecad, as 10 mais tocadas nos cinco últimos anos foram os hits ‘O que é o que é?’, ‘Lindo lago do amor’, ‘Sangrando’, ‘É’, ‘Começaria tudo outra vez’, ‘Explode coração’, ‘Guerreiro menino’, ‘Grito de alerta’, ‘Espere por mim morena’ e ‘Recado’.
Entre as cinco mais gravadas estão ”O que é o que é?’, ‘É’, ‘Começaria tudo outra vez’, ‘Sangrando’ e ‘Explode coração’. Leo Gandelman, Emilio Santiago, Leo Brandão e Gonzagão estão entre os intérpretes que mais gravaram Gonzaguinha.
Mas a maior intérprete de Gonzaguinha é a baiana Maria Bethânia. Lembro ter me interessado pela obra de Gonzaguinha a partir da interpretação de Bethânia ( no LP ‘Álibi’, em que interpreta ‘Explode coração’). Lembro ainda do susto por não ser Gonzaguinha um ‘forrozeiro’ (uma ideia muito equivocada).
Um equívoco que começou no mesmo ano de lançamento de ‘Álibi’, entre 1978 e 1979 (…), ouvi ‘Eu e meu pai’, LP de Gonzagão em que há uma participação especial de Gonzaguinha cantando ‘Vida de viajante’.
Nesta quarta-feira, dia 22, a Primavera chega em mim ao som de Gonzaguinha. É dia de ouvir a discografia desse artista e – quando terminar de ouvir – comece tudo outra vez…