Embora ele tenha personagens melhores e mais populares, minha memória afetiva sempre me faz lembrar de Tarcísio Meira como protagonista do longa-metragem ‘Independência ou morte’ (1972), de Carlos Coimbra. Nesse mesmo filme, a atriz Glória Menezes (sua esposa) interpretou a Marquesa de Santos.
Tarcísio Meira é o galã da juventude de minha mãe. Uma ator, todavia, que conseguiu se libertar da ‘pecha’ de ‘apenas galã’. Seus papéis ligados à vilania e também desligados da estética ‘bonitinha’ comprovaram que Tarcísio sempre esteve acima do ‘bom-mocismo. Além da capacidade de ser vilão, também mostrou qualificação para a comicidade canastrona.
Como vilão foi assustador na pele de Hermógenes (‘Grande Sertão: Veredas’, de 1985). Convincente como o chato do Giuseppe Berdinazzi (‘O Rei do Gado’, de 1996) e o capitão Rodrigo (‘O tempo e o vento’, de 1985). Foi divertido como o investigador Aristênio Catanduva, o Araponga.
A notícia da morte de Tarcísio Meira deixa mais triste o cenário da arte e da cultura no Brasil. Tarcísio morreu de Covid-19 aos 85 anos de idade, em São Paulo. Ele e mais 566 mil pessoas no País, desde o começo da pandemia! Morreu mais um artista, durante uma gestão federal que vem sendo responsabilizada pela morte das pessoas e também da arte e da cultura…