Um excelente filme sobre um gênio da música internacional. É um bom começo para uma crítica sobre o documentário ‘Toada para José Siqueira’, de Eduardo Consonni e Rodrigo T. Marques (sobrinho-neto do maestro paraibano). O longa-metragem consegue – em cerca de duas horas – agarrar o espectador ao mostrar a origem, a trajetória e as obras do paraibano nascido em 1907, Conceição do Piancó, Sertão da Paraíba.
Com narração em primeira pessoa, o documentário foge do modelo que coleta depoimentos a respeito da personagem ou tema central. A narração é feita pelo ator paraibano Fernando Teixeira (também sobrinho-neto de Siqueira). Outra sobrinha-neta, a professora e pianista Josélia Vieira integrou a equipe de produção do filme que resgata a imagem de um dos nomes mais importantes da música no mundo, mas foi ‘apagado’ no Brasil…
José Siqueira (que dá nome à Sala de Concertos da Funesc, em João Pessoa), fundador da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Ordem dos Músicos do Brasil, foi ‘apagado’ pela ditadura militar a partir do fim da década de 1960. Foi proibido de dar aulas e de reger orquestras no País. Lutou pela música e pelos músicos. Mudou-se de mala e cuia para a antiga União Soviética, onde está grande parte do seu acervo editado e onde ainda é uma sumidade.
O filme de Consonni e Marques (os mesmos do documentário ‘Pedro Osmar – Pra liberdade que se conquista’) tem uma profusão de audios, imagens e vídeos. Algo de uma riqueza documental histórica!!! Entrevistas dadas por Siqueira a emissoras de televisão, entrevistas que o próprio Siqueira fez com representantes da música e da cultura popular, vídeos familiares e fotos e mais fotos do maestro.
Sinto falta no documentário de créditos das imagens durante a exibição. Se você não conhece o Quinteto da Paraíba, por exemplo, não vai saber que são eles que aparecem a executar uma obra de José Siqueira no corpo do documentário. Os nomes até aparecem, mas apenas nos créditos finais do longa-metragem. Isso não compromete, todavia, a importância, a poesia e a excelente estrutura do documentário.
‘Toada para José Siqueira’ é uma oportunidade para saber mais sobre o compositor, sobre o acadêmico, sobre o ativista e sobre o maestro José Siqueira, autor de ‘Xangô – Cantata Negra’ e ‘Candomblé’, peças que são referência da música para orquestras (com influências fortes e explícitas das sonoridades brasileiras e de matriz africana). Nesta quinta-feira, dia 24, José Siqueira faria 114 anos. Excelente dia para assistir ao documentário de Consonni e Marques. O filme está disponível até domingo, dia 27, gratuitamente, no site do Festival Internacional do Documentário Musical (IN-EDIT). Imperdível!
4 Comentários
Viva o Maestro José Siqueira de quem tiver a honra de ter sido aluno do curso de Iniciação Musical, ministrado no Colégio Pio X, João Pessoa. De regresso ao Brasil pós Anistia.
Viva São João Xangô Menino, na versão Gilberto Gil intérprete de Os Doce Bárbaros. https://youtu.be/8UjdYqQKT7c
Viva o Maestro José com o qual tive a honra de ter sido aluno do curso da iniciação musical que nos ministrou, em 1978, no Colégio Pio X. De regresso ao Brasil pós Anistia.
Viva o Maestro José Siqueira. Tive a honra de ter sido seu aluno em o curso da Iniciação Musical, ministrado no Colégio Pio X, João Pessoa. De regresso ao Brasil pós Anistia.
Viva São João Xangô Menino, na versão Gilberto Gil intérprete de Os Doce Bárbaros. https://youtu.be/8UjdYqQKT7c
Gostaria muito de ascistir esse documentario.