No Fest Aruanda de 2019, em João Pessoa, tive a oportunidade de conversar com o cineasta mineiro João Batista de Andrade – diretor de ‘O tronco’ (1992), ‘O país dos tenentes’ (1987) e ‘O homem que virou suco’ (1980 – protagonizado pelo paraibano José Dumont). Naquela ocasião, o cineasta me presenteou – inclusive – com uma cópia de ‘O tronco’.
João Batista de Andrade está sempre com mil projetos. Um deles – mais uma vez – tem relação com a Paraíba. Ele quer fazer um filme sobre Zé Limeira, ‘o poeta do absurdo’. Nas redes sociais, instigado pela jornalista Maria do Rosário Caetano, o cineasta afirmou ter acertado os direitos de filmagem com o saudoso paraibano Orlando Tejo (‘criador’ de Zé Limeira).
Nos planos de João Batista de Andrade, o filme deverá ter direção de fotografia de Jorge Bodansky (diretor de ‘Zuza, o Homem de Mello’, exibido na programação do Fest Aruanda do ano passado). Como protagonista do filme sobre Zé Limeira o nome cotado por Andrade é Tony Tornado, ator que atuou em diversos filmes, como ‘Quilombo’ e ‘Pixote – A lei do mais fraco’.
Zé Limeira somente tornou-se popular por causa de Orlando Tejo, jornalista de Campina Grande, autor de ‘Zé Limeira, o poeta do absurdo’ (de 1980). Seus versos são marcados pelo surrealismo e pelo nonsense. Um dos sucessos de Belchior – ‘Sujeito de sorte’ – tem um trecho de poesia de Zé Limeira: “Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro”.
Há quem duvide da existência real de Zé Limeira… Orlando Tejo garante tê-lo encontrado em Campina Grande. Relato está em um filme muito interessante chamado ‘O homem que viu Zé Limeira’, de Maurício Melo Jr. (documentário da TV Senado, com pouco mais de uma hora de duração).
Em 2024, serão 70 anos da morte do poeta e cantador teixeirense Zé Limeira, ‘criatura’ do paraibano Orlando Tejo (falecido em julho de 2017). Ainda dá tempo tirar o projeto da gaveta e colocar em prática… Só falta João Batista de Andrade combinar com Jorge Bodansky e Tony Tornado…