Dia 8 de abril de 2017 foi marcado para muitos de nós pelo falecimento do ator, diretor e humorista paraibano Cristovam Tadeu. Morte prematura de um profissional talentoso nas artes cênicas e na comunicação. Artista de projeção nacional (como humorista e redator de diversos programas de TV). Deixou sua marca no Radio, na TV, no teatro, no cinema (seu último trabalho foi no longa ‘Beiço de estrada’, de Eliezer Rolim) e, claro, no traço (através das charges e tirinhas).

Cristovam Tadeu

Quando de sua morte muitas homenagens foram feitas. Uma delas foi o batismo de um anfiteatro no Parque Parahyba 2, no bairro do Bessa, em João Pessoa. Palco aberto com capacidade para umas 200 pessoas sentadas (sem contar com a grande área verde capaz de abrigar mais de mil espectadores).

Não lembro de nenhum humorista sendo atração desse anfiteatro. Não lembro de espetáculos ocupando o anfiteatro. De maneira geral, as artes cênicas (e o humor – especificamente) não pisam no espaço que homenageia Cristovam). Aquele palco jamais foi valorizado nem passou por um processo de ocupação.

Cantata de Natal realizada no anfiteatro

Alias, o anfiteatro Cristovam Tadeu tem sido ocupado por celebrações católicas e evangélicas, além de praticantes de Le Parkour. Fico imaginando o que Cristovam Tadeu diria a respeito… Ranzinza e de pavio curto, o humorista não deixaria barato esse disparate. Ouvintes da Radiozona hão de lembrar do “Prega Mestre”…

Ainda dá tempo de fazer a ocupação correta do anfiteatro Cristovam Tadeu. Depois que passar essa quarentena contra o COVID-19, o palco bem que poderia receber uma mostra de teatro infantil e uma sequência de apresentações humorísticas. Seria mais respeitoso para com Cristovam, para com as artes e para o público paraibano…

2 Comentários

  1. Fernando Teixeira Responder

    Jãm teatro nós últimos tempos está igual a escultura em palito de fósforo, pouquíssimos espectadores. Mudar como se a educação que acompanha a cultura a cada dia se distancia mais. O teatro como a poesia, de uma forma geral viraram diversão dos saudosista. Espero que seja pelo menos nos últimos tempos.

  2. GILSON RENATO DE OLIVEIRA Responder

    Boa e importante lembrança, Jam. Estava viajando entre 8 e 12 de abril de 2017 e só soube da morte quando o corpo do nosso querido amigo já decansava sob terra. Talvez por isso me assusto sempre quando vem a lembrança, como veio agora por você, a morte de Cristovam Tadeu. Amigo querido e próximo, inclusive ia muito à casa dele, principalmente aos sábados de manhã quando nunca faltava uma cachacinha e um bom petisco, além do bom, às vezes grave, papo sobre tudo. Imagino o quão furioso estaria e quanto furiosamente criaria em tempos de vírus e presidente genocidas. Não recordo de já ter discordado de Fernando Teixeira (comentário acima) e, infelizmente, não discordarei agora. No entanto, pós pandemia e pós essa diarréica governança, o Brasil e o mundo vão precisar muito de arte e criatividade. Sem poesia o mundo é insuportável, inclusive alguns imbecis já concordam com esse fato. Obviamente a possibilidade de que tudo degringole definitivamente é enorme, mas como a morte já nos está garantida, vamos continuar articulando alternativas de vida. Abraços parceiro.

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