A pernambucana Duda Beat está na crista da onda e não tem papas na língua na hora de emitir opinião. Atração principal do show em alusão ao Dia Internacional da Mulher,a cantora e compositora concedeu entrevista coletiva no começo da tarde deste sábado.
O show será hoje, a partir das 20h, na Praça do Povo da Funesc, em João Pessoa, com abertura da banda paraibana Gatunas. A entrada é gratuita! Duda tem parceria com o paraibano Chico César. Música mais badalada de Duda nesse momento é ‘Bixinho’.
A artista falou sobre o título de ‘Rainha da Sofrência Pop’, de suas referências sonoras, novo disco, do link entre arte e política e também a respeito do preconceito contra artistas nordestinos (e especificamente sobre o machismos contra as mulheres).
“É cafona ser machista. Macho tem muito medo de empoderamento da mulher. Temos obrigação de ser feministas. Não vou mudar meu sotaque. As pessoas vão ter que me engolir”, declarou Duda Beat, que já gravou, por exemplo, com Lucas Santtana, Tiago Iorc, Mateus Carrilho e Jaloo.
Ela contou ter ouvido de um famoso produtor musical brasileiro que a música dela era boa mas o sotaque era ruim. “Tem rádio no Sudeste que ainda não toca minha música [por causa do sotaque]. O nordeste é f… e vão ter que respeitar a gente”, afirmou ela.
Como principais referências, Duda Beat apontou Lenine e Chico Science. Ela ainda deu um ‘spoiler’ sobre o novo disco. “Vai ter maracatu. Uma versão moderna. Esse novo disco terá três participações especiais e ainda terá sofrência”.
Duda destacou que há pluralidade de sons em sua formação. Além dos pernambucanos Lenine e Chico Science, ela diz ter escutado muito brega e pagode. “Cresci ouvindo Xandy, Harmonia do Samba…”.
Politicamente, ela se mostrou bastante engajada e teceu elogios ao ex-presidente Lula da Silva. “Lula mudou a realidade no Sertão você goste dele ou não. Tirou as pessoas da fome. Arte e política estão ligadas. Artista precisa se posicionar. Ninguém é obrigado, mas é importante”.
Duda Beat diz que adora o título de ‘Rainha da Sofrência Pop’ e que se disco atual é um desabafo. “Sempre me apaixonei por pessoas que não queriam ficar comigo. Sofri 10 anos. Meus amigos não aguentavam mais. Compartilhar minha dor [através do CD] me curou”.