Seis indicações ao Oscar. Quatro estatuetas conquistadas: Melhor Roteiro Original, Melhor Diretor, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Filme! O longa-metragem sul-coreano ‘Parasita’ fez história no cinema internacional.
Antes desse sucesso todo, em 2017, o diretor sul-coreano Bong Joon-Ho concedeu entrevista a um jornal brasileiro e falou de suas influências e referências. À época ele estava envolvido com o longa ‘Okja’, que foi indicado à Palma de Ouro, no Festival de Cannes.
Pois bem. Na tal entrevista, Bong disse que uma de suas influências era o cineasta baiano Glauber Rocha. “Deus e o Diabo na Terra do Sol foi o filme que jamais saiu de minha cabeça. É impressionante, ainda hoje fico de boca aberta ao rever aquela maravilha”, comentou.
‘Deus e o diabo na terra do sol’ é um filme de 1964. Premiados em festivais realizados em diversas partes do mundo, esse longa rodado no Interior da Bahia é um dos marcos do movimento denominado Cinema Novo.
E o que a Paraíba tem com o filme de Glauber? Mais ainda: o que a Paraíba tem com relação a ‘Parasita??? O próprio Glauber aponta o documentário paraibano ‘Aruanda’, de Linduarte Noronha, como o precursor do Cinema Novo e grande influência em sua obra.
‘Aruanda’ mexeu com Glauber e o fez ver uma nova estética para o audiovisual brasileiro, com um conteúdo a serviço da denúncia contra a exploração e sobre a luta de classes. Um curta paraibano com pouco mais de 20 minutos ainda é referência para cineastas do mundo todo.
Pois bem. ‘Aruanda’ (1960), de Linduarte Noronha, filmado na Paraíba, influenciou Glauber Rocha, que influenciou Bong Joon-Ho. Em comum, a luta de classes! Pensando bem, há mesmo um quê de paraibano no longa-metragem vencedor do Oscar…