Sol do meio-dia. Praia do Bessa. Como de costume – em um domingo de sol – escondo-me debaixo de um guarda-sol a apreciar a beleza do mar (sentadinho em uma cadeira de praia). A criançada prefere se lançar na água salgada. Vigio. A mãe está certa de que os pequenos têm excelentes anjos da guarda. Ainda assim, vigio.

A praia lotada é uma confusão de sons. A onda quebra. O funk toca e uns jovens quebram. As crianças querem toda sorte de comida e bebida dos ambulantes e meu bolso quebra. Um dos vendedores – de longe – a gritar ‘olha o coco!’. Voz esganiçada em pedal sonoro infinito: “Olha o coooooooooooooco…!”.

O carrinho do homem (a carcaça de uma geladeira sobre quatro rodas) está cheio de coco e gelo. A parte da frente da carroça tem uma foto imensa de Jesus Cristo. Na lateral, uma foto ainda maior do Homem-Aranha. Do outro lado, uma foto grande dos Vingadores. Sorrio ao ver as imagens e imagino Jesus como um dos Vingadores…

Ilustração de como poderia ser o Super Jesus

A lista de super poderes de Jesus Cristo é imensa: cura e imortalidade estão entre os principais (basta dar uma olhadinha nos evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João). Ainda em Mateus, João e Lucas, está registrada a capacidade de reviver seres que morreram. A lista inclui, ainda, o poder de conversão de um elemento ou substância em outra.

Assim como Tempestade, Jesus tem controle sobre o clima e capacidade de criar e multiplicar matéria, além de contar com habilidades psíquicas e clarividência. Some-se a isso tudo o poder de andar sobre as águas e também a capacidade de voar. Definitivamente, Jesus é um super-herói.

Agora, imagine o confronto entre Jesus e Thanos… Aquela metade do mundo que Thanos matou, ora, Jesus ressuscitaria em um piparote. Surpresa mesmo seria o momento do duelo entre Jesus e Thanos. Ao invés de socos e pontapés, uma partida de xadrez e uma longa discussão filosófica…

Eu imaginando tudo isso e o vendedor de coco me corta o pensamento com um piparote: “Vai querer coco?”. Respondo mentirosamente com um “hoje não”. Ele faz cara de pouco amigos e enquanto finca pé para empurrar o carrinho novamente solta um aborrecido “amém”. Ele se distancia e eu rebato a expressão dele com a primeira coisa que me vem à mente: “Inevitável”.

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