Historicamente, a Gevid, com apoio da Presidência do TJPB, investe nos atendimentos psicológicos, aos pacientes que procuram esse serviço ou que chegam por meio de encaminhamento da equipe multidisciplinar que compõe a Gerência. “Neste mês de setembro, estamos dedicando um espaço maior a conscientização das pessoas sobre o suicídio e, em alusão ao ‘Setembro Amarelo. No próximo dia 20 de setembro, a equipe de psicólogas estará de plantão, no período da manhã e tarde, para a escuta dos servidores, magistrados e colaboradores”, comunicou a gerente da Gevid, Valéria Beltrão.
Ela explicou que nesse dia o servidor que puder ser atendido presencialmente basta comparecer na Gevid, que fica no 4º do Anexo do TJPB. O atendimento ainda será realizado eletronicamente (on-line), é só ligar para o número (83) 3216-1672, deixar o nome e o número do telefone, que uma psicóloga entrará em contato.
Segundo dados da Gerência, no período de janeiro a agosto deste ano o Setor de Psicologia da Gevid realizou 1.627 atendimentos, incluindo orientação, escuta, acompanhamento psicológico e intervenções. A equipe de profissionais da Gevid também contribui na elaboração de ações, campanhas e projetos que fomentem a preservação da saúde mental e melhoria na qualidade de vida. A Gevid conta os psicólogos Karina Alves Soares da Silva (CRP 13/3912), Tahisa Nunes Cavalcanti Belmiro (CRP 13/5486), Valdirene Pereira Alves Teodosio (CRP 13/3069) Andrea Lopes Almeida Diniz e Fábio Machado Costa (Perito da Junta Médica).
Uma das doenças mais recorrentes que afeta a saúde mental, é a depressão, que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como o distúrbio do sono e do apetite. “Difere da tristeza normal por que esta se caracteriza por ser transitória e provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas, entre outros”, explicou uma das psicólogas da Gevid, Karina Alves Soares da Silva.
Depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida: na infância, adolescência, maturidade e velhice. Ela explica que a depressão na criança, mais frequente que a tristeza é a irritabilidade, mau humor e a anedonia, que é a falta de prazer com as atividades habituais, como brincar, sair com os amigos, jogar videogame, ver TV, etc. “Depressão é uma doença grave. Se não for tratada adequadamente, interfere no cotidiano das pessoas, compromete a qualidade de vida e muitas vezes pode levar ao suicídio”, alertou Karina Alves.
O diagnóstico da depressão é clínico e toma como base os sintomas descritos e a história de vida do paciente. A depressão, incluindo a depressão que faz parte do transtorno bipolar, está envolvida em mais de 50% das tentativas de suicídio e em uma porcentagem ainda maior de suicídios consumados. “Não existe uma causa única para o suicídio. Pois, trata-se de um evento que ocorre com culminância de uma série de fatores que vão se acumulando na vida do indivíduo. Na maioria dos casos, vem a ser o elo final dessa cadeia de fatores”, definiu a psicóloga.
Existem vários comportamentos que indicam a possibilidade de ideação suicida. Dentre eles o relato de querer desaparecer, dormir para sempre, ir embora e nunca mais voltar ou mesmo objetivamente o relato do desejo de morrer, mesmo quando falado num tom de brincadeira, devem ser considerados indícios significativos e levados a sério. De acordo com o Ministério da Saúde, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de um milhão no mundo.
Sobre a Campanha – No Brasil, a Campanha do ‘Setembro Amarelo’ teve início em 2015, em parceria que envolve o Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina e Associação Brasileira de Psiquiatria. A ideia é pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas resoluções, é garantir mais visibilidade à causa. O Setembro Amarelo surgiu depois de fato triste, quando um rapaz norte-americano de 17 anos, chamado Mike Emme, tirou a própria vida no mês de setembro de 1994 e, como ele possuía um carro amarelo, sua família e amigos distribuíram, durante seu velório, cartões com fitas amarelas e frases motivacionais para pessoas que, eventualmente, estivessem passando por problemas mentais ou emocionais.
O CVV realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. Disque 188 ou acesse o site www.cvv.org.br.
Por Fernando Patriota