Em 2013, foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas o “Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas”, celebrado no dia 30 de julho. O marco tem o objetivo de promover a conscientização para tentar inibir essa prática, que continua avançando no mundo, chegando a movimentar, anualmente, mais de 30 bilhões de dólares, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). O Tribunal de Justiça da Paraíba apoia a campanha de combate ao tráfico de pessoas. “Esse é

Presidente Saulo Benevides
um dos crimes mais chocantes e que devemos sempre estar atentos e combater com veemência”, afirmou o Presidente do TJPB, Desembargador Saulo Henriques de Sá e Benevides.

De acordo com as estimativas globais da ONU, mais de 2 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano a cada ano, sendo a maioria composta por mulheres, crianças e adolescentes que são aliciadas para exploração sexual ou mão de obra escrava.

Em relação ao tráfico humano de crianças e adolescentes, há uma constante preocupação dos integrantes que fazem parte do sistema de justiça, a exemplo do juiz Adhailton Lacet, titular da 1a Vara da Infância e da Juventude da Capital. O magistrado revelou que, entre os motivos para o tráfico de crianças e adolescente, estão a questão da adoção ilegal, a escravidão e a venda de órgãos humanos. “Redes de pedofilia também estão entre os principais compradores do comércio ilegal de crianças e adolescentes”, acrescentou.

Segundo dados da ONU, o público infantojuvenil representa 30% de todos os indivíduos traficados. “Aqui na Paraíba, o tráfico de crianças tem sido combatido. Não há números expressivos, porque o Poder Público, por meio dos órgãos de segurança e inteligência, têm combatido esse crime”, ressaltou o juiz Adhailton Lacet. O magistrado explicou que a Rede de Proteção está sempre atenta, buscando prevenir a população por meio de campanhas de conscientização, principalmente nas escolas. Para ele, as unidades escolares têm uma participação muito importante nisso porque é um ambiente que permite alertar os pais ou responsáveis sobre os cuidados necessários. “É preciso estarem atentos no momento em que vão deixar seus filhos na escola e na hora de buscar. Também é preciso cuidar da questão de deixar as crianças na rua sozinhas brincando. Normalmente, as camadas menos favorecidas são as mais atingidas porque muitas vezes as crianças ficam sós e aí são vítimas desse tipo de crime tão odioso”, afirmou.

Juiz Geraldo Emílio Porto
O juiz Geraldo Porto, diretor do Fórum Criminal da Capital, asseverou que o tráfico de pessoas é uma violação grave aos direitos constitucionais e fundamentais do ser humano. “Isso porque envolve a privação de liberdade, a exploração sexual, tortura, sequestro, aquisição de órgãos no mercado clandestino, questões que necessitam de respostas imediatas das autoridades competentes para prevenir a procura e também a oferta que proporcionam a prática desse crime bárbaro”, disse.

Por Gabriela Guedes

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