A campanha nacional “Sinal vermelho contra a violência doméstica”, que tem apoio do Tribunal de Justiça da Paraíba, foi tema de discussão durante transmissão ao vivo realizada nessa segunda-feira (15) no perfil do Instagram da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH). A coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJPB, juíza Graziela Queiroga, participou da live que abordou, também, as diversas parcerias entre os dois órgãos.
A finalidade da campanha é incentivar denúncias de violência doméstica por meio do símbolo X desenhado na mão. A mulher poderá exibi-lo ao farmacêutico ou ao atendente da farmácia e receber auxílio para acionar as autoridades. De iniciativa da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a campanha ainda conta, localmente, com apoio do Governo do Estado, da Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB), da Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social e do Conselho de Farmácia.
A presidente do Conselho Regional de Farmácia (CRF-PB), Cila Estrela Gadelha, afirmou que é importante a mulher dispor de mais uma ferramenta de enfrentamento à violência doméstica, considerando o crescente aumento nos números de casos durante o período de pandemia do coronavírus (Covid-19). “Apoiamos esta campanha e estamos divulgando em nossas páginas oficiais nas redes sociais. Além disso, também enviamos informações e orientações acerca da iniciativa aos donos de farmácias inscritos no CRF-PB. Como os estabelecimentos estão acessíveis ao público neste momento, esperamos ter bons resultados. A campanha foi bem recebida”, explicou. Na Paraíba, o Conselho contabiliza cerca de 1,8 mil estabelecimentos de farmácia inscritos, entre públicos e privados.
Segundo a delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Cassandra Duarte, a campanha abre outro caminho de possibilidade para a mulher que sofre violência doméstica recorrer ao Estado para cessar a agressão. Ela destacou, também, que, em tempos de isolamento social, muitas mulheres não conseguem acessar os meios virtuais ou têm a possibilidade de chamar as instituições responsáveis. “Ter o apoio das farmácias, por meio do CNJ e do TJPB, fortalece uma alternativa para que mais mulheres busquem se defender das agressões, além de tentar criar uma solidariedade social sobre o problema da violência doméstica e familiar. Na Paraíba, os números de registro de violência doméstica mostram uma retração, o que reflete a diminuição de oportunidades para a mulher procurar os órgãos de atuação contra essa violência”, afirmou.
Live – De acordo com a juíza Graziela Queiroga, a experiência da live foi bastante exitosa, já que foi possível explicar, passo a passo, a dinâmica da campanha, desde a chegada da mulher à farmácia até a demonstração silenciosa do sinal vermelho e como o atendente deverá agir diante do pedido de ajuda. “Esclarecemos as dúvidas dos participantes, de forma interativa e informamos, também, que as pequenas farmácias e drogarias que não estão credenciadas nas associações de classe podem participar da campanha. Para isso, basta fazer a inscrição do termo, que está no site do TJPB, e nos encaminhar, que enviaremos ao CNJ, que organiza a iniciativa”, explicou, acrescentando que a campanha desperta a solidariedade na sociedade, que compreende, cada vez mais, que a violência doméstica contra a mulher deve ser enfrentada por todos.
A secretária de Estado da Mulher e da Diversidade Humana, Lídia Moura, salientou que a transmissão ao vivo tratou das diversas formas que a vítima de violência doméstica pode, neste momento, utilizar para denunciar agressões. “Discutimos desde a Patrulha Maria da Penha até a possibilidade de prorrogar as medidas protetivas através de formulário on-line no site do Governo do Estado, entre outros importantes projetos que temos em parceria com o TJPB. Aproveitamos, também, para explicar como vai funcionar a campanha. A juíza Graziela Queiroga mostrou o sinal vermelho na mão e falou sobre mais esta ferramenta de denúncia para mulheres. A campanha veio em boa hora, visto que houve um acréscimo, nacionalmente, de casos de violência doméstica durante a pandemia. É uma iniciativa de amparo a esta mulher”, frisou.
Por Celina Modesto / Gecom-TJPB