Semana passada teve ‘black friday’ de comida (!!!) em um supermercado de meu bairro. Corri e tive que enfrentar uma fila nunca vista nesse supermercado que costumo ‘frequentar’…

Carlinha Batera porque bateria é coisa de menina

A demora na fila poderia ter sido o pior da tarde. Não foi. Metro e meio na minha frente, um homem com uns 40 anos de idade e uma filha de uns cinco anos na barra da calça. O diálogo que ouvi entre eles foi o pior da tarde…

“Pai, menina pode tocar bateria?”, perguntou a criança enquanto segurava uma revistinha em que aparecia a foto de uma criança com baquetas e charme de batera.

“Não, filha, é coisa de homem…”, disse ele (como a soltar um peido que ninguém ouviu)… Falou baixinho, mas a catinga foi grande…

Tive vontade de lembrar que Elba Ramalho começou a carreira como baterista. Na adolescência, em 1968, foi batera da banda de rock As Brasas.

Também lembrei de Silvana Moura, da banda Absurdus. Ainda de Catarina Serrano, da banda Emerald Hill. E poderia ter citado Luana Flores (que iniciou a carreira como baterista).

Poderia ter falado a ele de Carlinha Batera (também da Orquestra de Violões da Paraíba e da big band Rubacão Jazz), que já acompanhou diversos artistas, como Elba Ramalho.

Também poderia ter mencionado as percussionistas Katiuska Lamara, Wênia Xavier, Priscilla Paiva e as integrantes das Calungas! Eu disse ‘poderia’. Preferi ficar calado. Cansado demais para tamanha ignorância…

É bom ressaltar que essa lista de mulheres bateristas e percussionistas tem nomes da Paraíba. Todas são da Paraíba. Então, pai, menina pode tocar bateria…?

1 Comentário

  1. Grato pela lembrança Jamarri. Em pleno século XX! nos deparamos ainda com este tipo de comentário. Lembro ainda da banda As Bastianas e das percussionistas no meio sinfônico também com Germanna Cunha, timpanista da Orquestra Sinfônica da Paraíba, da baterista Eliza Garcia, da percussionista Hellenn Leal e tantas outras paraibanas de destaque. Bravo pela matéria!

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