Hoje é o Dia Nacional dos Surdos. Em cartaz nos cinemas de João Pessoa e Campina Grande, ‘Coda’ é um dos melhores filmes que já vi em torno da temática ‘surdez’. Esse filme americano é uma releitura do excelente filme francês ‘A família Belier’.
Roteiro e condução bem similar, mas com uma diferença que pode não ser brutal para os menos politizados…: núcleo surdo dessa releitura é composto por surdos mesmo!
‘Coda’ (que ganhou no Brasil o péssimo título ‘Nó ritmo do coração’) foi o vencedor do Festival de Sundance. O título original do filme é um acrônimo em inglês para Children of Deaf Adults (filho de adultos surdos).
O longa é sobre uma família surda que comanda um negócio de pesca em Gloucester, nos Estados Unidos. Ruby (Emilia Jones) é a única ouvinte da família e atua como ‘intérprete’ dos pais e do irmão.
Na escola surge o sonho de ser cantora. E a moça vai ter que decidir se ‘abandona’ a família ou corre atrás de seu sonho…
Importante reforçar que ‘Coda’ desmistifica a ideia do surdo ‘doente’, do surdo coitado e do surdo incapaz. É um debate necessário na busca pelo respeito.
Debate que também é fomentado em longas como ‘O som do metal’ (com os deslumbrantes Paul Raci e Riz Ahmed), que teve indicações ano passado.
Ainda sobre ‘Coda’, destaco a presença da atriz surda Marlee Matlin. Se você não está ligando o nome à pessoa, Matlin ganhou o Oscar de Melhor Atriz em 1987 pelo filme ‘Os filhos do silêncio’.
Recomendo ainda o documentário francês ‘O país dos surdos’, ‘The hammer’ e o clássico ‘O milagre de Anne Sullivan’, de 1962.