Na noite desta terça-feira, mediarei mais uma edição do Painel Funesc, no YouTube da Fundação Espaço Cultural da Paraíba (Funesc). A partir das 19h, ao vivo, o tema do debate será a trajetória do paraibano Sivuca e a sua parceria com a Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB).

Sivuca

Estarei ao lado do violinista Rucker Bezerra (spalla da Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro e afilhado de Sivuca); do acordeonista Lucas Carvalho (responsável, ao lado de Glória Gadelha, viúva de Sivuca, pela organização do acervo do artista); e Luiz Carlos Durier (regente titular e diretor artístico da OSPB).

Ontem, dia 14, foi uma data que marcou os 14 anos do falecimento do maestro Sivuca, um dos grandes nomes do ‘quadrado mágico do acordeon’ (ao lado de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Oswaldinho).

Severino Dias de Oliveira, nascido em Itabaiana, era albino. Mas, você sabe qual era a cor do maestro Sivuca? Essa provocação parte da música ‘A cor de Sivuca’, de Wil (terceiro colocado no III Festival de Música da Paraíba).

Neste ano de 2020, em que Sivuca faria 90 anos, ainda há quem ‘enbranqueça’ Sivuca em um processo de elitização de sua música. Ainda há quem tente drenar de sua obra e – principalmente – de sua imagem o teor popular…

Sem medo de errar, digo que Sivuca – riquíssimo musicalmente – tem a cor dos pobres e dos oprimidos do Brasil. Povo que está em sua ‘feira de mangaio’… Povo que está sua melodia e em sua cor…

Wil, autor de ‘A cor de Sivuca’

Nunca é demais lembrar que, no fim da década de 1950, Sivuca (amor eterno de Glorinha Gadelha) foi demitido de uma rádio no Rio de Janeiro por participar de uma greve de músicos.  Uma greve por melhores condições de trabalho.

O mesmo Sivuca que criou arranjos para canções como ‘Pata-Pata’, da cantora sul-africana Miriam Makeba (com forte ativismo contra o apartheid sul-africano). Parceiro ainda de Paul Simon e de Chico Buarque de Hollanda!

E voltando para a provocação a partir da música de Wil, eu diria que Sivuca – misturando coco, jazz, bossa nova, choro e música clássica – tem a cor não só do Brasil, mas a cor do mundo que sonha em se reinventar a partir da força da música. Sivuca é do povo! Não das elites…

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