Onde estavam os forrozeiros desse Brasil em 1964, 1969, 1984, 1989, 2013 e 2016…?

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A pesquisadora Jurema Mascarenhas Paes tem um interessante trabalho sobre a importância do forró para que os migrantes nordestinos sobrevivessem à opressão a que estavam submetidos pelas relações de poder e pela necessidade de sobrevivência nos centros urbanos. Ela entende o forró como gesto de liberdade/levante do nordestino.

Luiz Gonzaga

Relacionado a um segmento socioeconômico que é vítima de opressão, o forró parece não estar – historicamente – de braços dados com os forrozeiros… De maneira geral e infelizmente, os grandes forrozeiros vão na contramão do forró e prestam reverência e tributo aos opressores.

Luiz Gonzaga, um dos maiores nomes do forró (ao lado de Jackson do Pandeiro), era muito próximo dos militares durante a ditadura iniciada na década de 1960. Cantou para o marechal Castelo Branco. Assim como, semana passada, Amazan cantou para o presidente Jair Messias Bolsonaro.

Gonzagão – que entre 1940 e 1960 gravou diversas ‘canções de protesto’, como ‘Vozes da seca’, ‘Ai, seu generá’, ‘Pra não dizer que não falei das flores’, ‘A triste partida’, ‘A morte do vaqueiro’, foi um grande apoiador da ditadura militar e, consequentemente, da opressão e da tortura. Gravava músicas para os oprimidos e apoiava os opressores, contraditoriamente.

Sanfoneiros e artistas relacionados ao forró parecem não se apetecer com ideiais de esquerda. De maneira geral, são conservadores e se colocam mais à direita (terminando por apoiar opressores). É desse jeito no Brasil, no Nordeste e, especificamente, na Paraíba, onde a sanfona costuma render graças a desgracentos gestores…

Amazan cantando para Bolsonaro

Paraíba de Amazan, Antônio Barros, Cecéu, Biliu de Campina, Elba Ramalho, Edmar Miguel e Vital Farias. Nomes de intenso talento… musical! O forró pode até ser de esquerda, mas o forrozeiro – repito! – parece estar sempre ao lado dos direitistas. E, alguns deles, lamentavelmente, dos opressores…

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Repito a pergunta do começo desse texto: onde estavam os forrozeiros em 1964, 1969, 1984, 1989, 2013 e 2016…? Maior parte deles estava ao lado de direitistas opressores. E permanecem…

 

4 Comentários

  1. Eu também tenho uma pergunta.. Presidente Jair Bolsonaro, por que o Queiroz depositou 89 mil reais na conta da sua esposa, Michelle Bolsonaro?

  2. Lendo e assistindo a centenas de entrevistas do Gonzaga para uma pesquisa que fiz, em nenhum momento ele fez referencia ao suposto apoio a ditadura. O fato de ter tocado para os milicos não significa um apoio irrestrito, sendo que trabalhou fazendo shows para diversos politicos. Gonzaga serviu o exército por não ter para onde ir, depois de fugir do pai de sua namorada. Foi músico no exército e sugundo o próprio nunca deu um tiro para matar. Na verdade Luiz sempre esteve do lado do povo, exaltou os trabalhadores e a maior parte dá sua obra contem mensagens de justiça e paz. Construiu e manteve uma escola, ajudou muitas familias doando dinheiro e instrumentos musicais. Tinha alguns pequenos equivocos homofobicos e machistas em techos de suas musicas, mas q sao compreenssiveis pelo comportamento social da epoca em que nasceu. Admirava lampiao, que era um sujeito violento mas que enfrentava os coronéis opressores. Um gênio da nossa cultura, o artista mais completo do país, que apesar de sua capacidade não era um estudioso da politica e leigo em economia. Talvez pela propaganda enganosa dos militares e desinformaçao, a princípio ele pode ter acreditado q a ditadura era boa para o país, assim como acontece com muitos atualmente. Gonzaga foi o milagre q salvou os nordestinos, expondo as desigualdades regionais e mostrando as virtudes dos seu conterraneos q sofriam preconceitos absurdos. Rafael Meninão

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