Uma das marcas mais tradicionais da Paraíba está comemorando 40 anos: o Moçada Que Agita. O empreendimento de Anchieta Maia consegue o feito de ser longevo em um País em que as empresas costumam durar dois ou três anos apenas.

Tribo de Jah

Nessas quatro décadas, o Moçada Que Agita se destacou no apoio ao esporte, à educação e à cultura, incentivando atletas e, principalmente, artistas. No dia 5 de agosto, aniversário do MQA, vai rolar um show da Tribo de Jah para marcar esses 40 anos.

Esse show ao vivo com uma das principais bandas de reggae do Brasil (a pioneira!) será no Instagram de Anchieta Maia, das 22h até meia-noite. A outra atração da live do dia 5 ainda será anunciada.

Em julho de 1994, vi e ouvi pela primeira vez – ao vivo – a performance da Tribo de Jah. Uma apresentação na Praça Maria Aragão, em São Luís (MA). Um show pulsante marcado pela voz forte de Fauzi Beydoun e pela filosofia do reggae.

Depois, vi outro show da Tribo em João Pessoa (produzido pelo MQA). Em 2018, um terceiro show (desta vez em Jacumã). E ano passado, mais um show em João Pessoa (na Fundação Espaço Cultural).

Uma banda formada por cegos (menos Fauzi), que acabara de lançar o segundo disco, o LP “Roots reggae” (reunindo canções do primeiro disco, como ‘Regueiros guerreiros’). Naquele mesmo ano, o grupo – criado nos anos 1980, com o nome ‘Fauzi e Banda Cartaz’, estourou país afora. E é sucesso até hoje.

O sexteto é formado também por Pedro Beydoun (voz e guitarra), Marcelo Rebelo (teclado), Aquiles Rabelo (baixo), João Rodrigues (bateria) e Neto Enes (guitarra). Zé Orlando, ex-vocalista e percussionista da banda, segue em carreira solo.

Em pouco mais de três décadas de carreira, a Tribo de Jah tocou nos maiores festivais de reggae do mundo, passando pelos palcos dos EUA, Europa, Japão e, claro, Jamaica! A banda passou pelo Sunsplash Festival (Jamaica); o Paris-Bercy (França), o Rototon Sunsplash (Itália), o Festival de Jazz de Montreux e o Caliente Festival de Zurich (Suíça). Abriram show de Gregory Isaacs, um dos maiores nomes do reggae internacional.

 

Primeiro fã-clube foi na Paraíba

Fauzi beydoun foi um dos pioneiros na difusão do reggae no rádio do Maranhão e uma de suas figuras mais eminentes, comandando programas como o Rádio Reggae, o Reggae Point e depois o Central Reggae. Assim, sabe muito bem a importância de divulgação e interiorização da informação. A banda abriu mercado para o reggae no Brasil, tocando em regiões onde antes nunca tinha se ouvido falar no ritmo jamaicano.

Tribo de Jah

“Nosso primeiro fã-clube foi em Cajazeiras, no Sertão da Paraíba. Temos muito orgulho de tocar em cidades do interior e de levar a mensagem do reggae”, me contou o vocalista. E complementou: “Existe o mercado de reggae no Brasil. E a Tribo é pioneira nisso!”. Fauzi recorda que, na década de 1990, muitas bandas de baile do interior tocavam as músicas da Tribo sem nem saberem que era reggae.

A banda foi pioneira também na introdução da temática reggae no Brasil. Expressões hoje mais populares, como Jah (Deus), babilônia e roots nunca tinham sido difundidas nacionalmente até então e passaram a ser assimiladas em larga escala pelos fãs e por outras bandas.

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