É muito provável que as músicas mais conhecidas de Bob Marley no Brasil sejam ‘No woman no cry’ e ‘Three little birds’, ambas na voz de Gilberto Gil. O baiano gravou uma versão em português do primeiro grande sucesso de Marley no disco Realce (de 1979) e gravou uma versão ‘xoteada’ da segunda no começo dos anos 2000 (em um disco tributo a Marley).

Gil regravou diversos hits de Marley, inclusive uma versão em português de ‘No woman no cry’

O ‘rei do reggae’ é responsável por hinos e mais hinos em nome do amor, dos direitos civis e da elevação espiritual. Você acha que Marley é apenas um ‘ídolo de maconheiro’??? Está precisando rever seus conceitos…

Seu legado é composto por 12 discos, lançados ao lado dos Wailing Wailers e ao longo de sua carreira solo. A lista de hits inclui ‘Stir it up’ (1972), ‘I shot the Sheriff’, (1973), ‘Get up stand up’ (1973), ‘Them Belly Full’ (1974), ‘No woman no cry’ (1974) e ‘Trenchtown Rock’ (1975).

Lista segue com ‘Waiting in vain’ (1977), ‘Three little birds’ (1977), ‘Time will tell’ (1978), ‘Kaya’ (1978), ‘Could you be loved’ (1980) e ‘Redemption Song’ (1980). Também teve o lançamento póstumo de ‘Buffalo soldier’ (1983). Isso só para citar alguns dos sucessos…

Canções como ‘I shot the sheriff’ e ‘No woman no cry’ ganharam sucesso ainda maior quando regravadas por grandes nomes da música. A primeira tem uma versão com Eric Clapton. A segunda, quase 100 versões (inclusive com Nina Simone, Joan Baez e, claro, Gilberto Gil).

‘Kaya N’gan Daya’, de Gilberto Gil, reúne 16 faixas. Regravações ou versões de Bob Marley, além da faixa inédita ‘Table Tennis Table’, que Gil compôs na Jamaica. Em 2018, diversos músicos brasileiros se uniram em torno do projeto ‘One love reunion’ (que tem letras em português da Tribo de Jah e Ale Casarotto).

Eles regravaram o clássico ‘One Love’.  Entre os artistas participantes estão Tato Cruz (Falamansa), Zeider Pires (Planta & Raiz), Marceleza (Maskavo), Rodrigo Piccolo (Mato Seco), James Lima (Seu Cuca), Caio Côrrea (Scracho), Rafael Costa (Zimbra), e diversos outros. A ideia surgiu do vocalista da banda Bloco do Caos, Ale Casarotto, e do produtor Rodrigo Castanho.

Ontem, foi publicado no YouTube um novo videoclipe para “Redemption Song”. Lançada em outubro de 1980, ela é uma das faixas do último álbum de Marley & The Wailers, ‘Uprising’. O jamaicano morreu no dia 11 de maio de 1981, aos 36 anos, de câncer.

Nesta quinta-feira, dia 6, Bob Marley faria 75 anos de idade. Importante acender seus discos e ter a certeza de sua importância como músico e como ativista. Um rastafári que tem grandes admiradores no panteão dos músicos brasileiros. Gilberto Gil é o maior deles. Não foi à toa que Celso Bahia gravou ‘2 neguinhos’… A hashtag de hoje é ‘catch a fire’…

 

Deu uma bola…

Quando Marley veio ao Brasil em 1980, deu para bater bola com astros de nossa música. O selo Ariola – em uma estratégia de marketing – planejou a partida no Rio de Janeiro. No Brasil, o selo já contava com artistas como Moraes Moreira, Kleiton & Kledir, Marina Lima, Milton Nascimento, Ney Matogrosso e os pernambucanos Alceu Valença e Geraldo Azevedo.

A lista seguiria com Chico Buarque, Tetê Espíndola, Wagner Tiso, a paraibana Elba Ramalho e João Bosco. Marley pertencia a um subselo da Ariola, a Island Records. Por causa disso, participou da campanha de marketing.

O time de Bob Marley e Chico Buarque

Impedido de fazer show pela ditadura militar, Marley participou de um jogo de futebol com outros famosos. A ‘pelada’ foi no campo de futebol do time de Chico Buarque, o Politheama. E olha qual foi a escalação:

Time A – Bob Marley (fã de Pelé e do futebol brasileiro), Junior Marvin (guitarrista do The Wailers), Paulo César Caju (Jogador da Seleção Brasileira nos anos 70), Toquinho, Chico Buarque e Jacob Miller.

Time B – Alceu Valença, Chicão (da banda Jorge Benjor) e quatro funcionários da gravadora Island Records.

Quem venceu o jogo?!?! Nem sei. Venceu foi a música e a luta permanente contra a ditadura, contra os fascistas e contra a opressão. Quer saber? Está reforçada a sugestão para hoje: ‘Catch a fire…’.

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