A atriz e cantora carioca Zezé Motta, 75, participou, ontem à noite, da programação do Novembro Negro, realizado pela Funesc e pela Secretaria da Mulher e Diversidade Humana. Em uma roda de conversa no teatro Paulo Pontes, com mediação de Durvalina Rodrigues, Zezé falou sobre o tema ‘Justiça Social e Igualdade Racial’.

Durvalina Rodrigues e Zezé Motta

Antes do evento, Zezé concedeu entrevista e falou sobre a necessidade de manter viva a chama do ativismo contra a sociedade racista. Ela também destacou a importância de eventos como o Novembro Negro e comentou a experiência de ter participado do elenco do longa-metragem paraibano ‘O nó do Diabo’.

“Foi fantástico! É um filme forte e quem assiste a esse filme sai impactado. Fiquei muito feliz por ter participado desse projeto”, disse Zezé Motta, em entrevista ao blogue ‘Clape, Clape, Clape’. O filme ‘O nó do Diabo’ tem direção de Ramon Porto Mota, Gabriel Martins, Ian Abé e Jhésus Tribuzi. É um longa de terror sobre o racismo historicamente cíclico. Além de Zezé, filme tem Tavinho Teixeira, Everaldo Pontes, Isabél Zuaa e Fernando Teixeira.

Durante a entrevista, Zezé Motta também fez uma avaliação positiva da luta contra o racismo. “Evoluímos bastante. Sou do tempo em que negro não podia entrar pela porta principal de um prédio. Já recebi pagamento por campanha publicitária que nem foi ao ar. Disseram que a clientela era classe média e que não atenderia ao meu apelo comercial”.

Exatamente por causa de ações racistas, conforme Zezé, eventos como o Novembro Negro são bastante necessários. Com atuações em séries (como ‘3%’), filmes (como ‘Orfeu Negro’ e ‘Vai trabalhar vagabundo’) e novelas (como ‘Pacto de sangue’ e ‘Corpo a corpo’), Zezé é mais famosa por seu papel como protagonista em ‘Xica da Silva’ (filme dirigido por Cacá Diegues, em 1976). Ela garante que está muito mais empoderada como mulher e como artista hoje em dia do que quando estrelou no papel de Xica. “Eu sou Zezé Motta”, finalizou a atriz e cantora, sorridentemente.

Novembro Negro

O Novembro Negro começou no último dia 12, com apresentação do espetáculo ‘Guerreiro’, no teatro Íracles Pires, na cidade de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba. Quinta-feira passada, dia 14, teve show com Sandra Belê e banda Bongar no Teatro de Arena, em João Pessoa. Este ano, o Novembro Negro tem como tema ‘Compromisso com a Igualdade Racial’.

A programação cultural traz, ainda, ‘Contos Estrelados’, atividade que acontece no dia 26, às 14h, começando com a contação de histórias, seguida de sessão do Planetário e visita à Estação Ciência do Espaço Cultural. A ação é destinada a crianças de comunidades tradicionais da Paraíba.

Já no dia 27, o destaque é para as artes visuais, com a abertura da exposição ‘Ecos’, de Neska Brasil. A mostra, que integra as atividades da edição de 2019 do Panapaná – Novembro das Artes Visuais, poderá ser vista no Espaço Expositivo Alice Vinagre no Espaço Cultural.

As ações culturais do Novembro Negro na Paraíba foram pensadas pela Fundação Espaço Cultural (Funesc) em parceria com a Secretaria da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH). Durante todo o mês estarão sendo realizadas atividades nas diversas áreas de atuação das secretarias e órgãos estaduais.

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